A que ponto pode chegar um político para garantir suas benesses no poder?
A pergunra acima veio à tona após o “papelão” do deputado federal Damião Feliciano, ao anunciar que o PDT, partido que comanda na Paraíba, decidiu não lançar candidato ao Governo do Estado para apoiar a reeleição do governador Ricardo Coutinho (PSB).
Até onde se sabe, o PDT não demonstrava qualquer intenção de disputar a sucessão estadual de 2014 em faixa própria. Primeiro porque não dispõe de nomes competitivos para a missão. A última vez que o PDT disputou o Governo do Estado da Paraíba foi em 1994, quando a ex-deputada Lúcia Braga perdeu para o ex-governador peemedebista Antonio Mariz. De lá para cá, sempre atuou como coadjuvante no processo eleitoral paraibano, negociando a legenda e o horário de popaganda em troca de espaços nos governos da época. Por causa dessa postura, muitas vezes o parido foi taxado de oportunista.
Em segunda lugar, porque Damião arranjou um bom emprego (aliás, um ótimo emprego) para o filho Renato Feliciano, atual secretário estadual de Turismo, no Governo do Estado. Como poderia então o PDT lançar candidato contra o patrão do filho do “dono” do partido?
Por conta do inusitado anúncio, Damião e o PDT foram alvo de chacotas nos programas radiofônicos da Capital. “Ainda bem, porque uma eventual candidatura do PDT poderia ameaçar a reeleição do governador Ricardo Coutinho”, brincou o radialista Nilvan Ferreira, da Rádio Arapuan. Seu colega, João Costa, mostrou-se “surpreso” com a decisão de Damião.. “Realmente, o governador deve estar aliviado porque o PDT era uma ameaça real à sua reeleição”, disse. E por aí foi.
Não por acaso, Damião e sua bem sucedida família sempre enfrentaram resistência dentro do PDT devido à forma como usam e abusam do partido para conseguir o que querem. O vereador pessoense Raoni Mendes ameaçou deixar a legenda por discordar de sua metodologia “familiar”.