Estratégia “todos contra um” pode transformar Luciano Cartaxo em vítima

Os candidatos Cícero Lucena (PSDB), José Maranhão (PMDB) e Estela Bezerra (PSB) cometeram, no mínimo, um erro de estratégia na campanha para prefeito de João Pessoa ao centrarem fogo preferencialmente em Luciano Cartaxo (PT). Desde que passou a liderar as pesquisas, Cartaxo tem recebido bordoadas de todos os lados. Esse “todos contra um” indica que os adversários decidiram aceitar o resultado das pesquisas e o comando de Cartaxo na preferência do eleitorado.

A estratégia anterior, desqualificando as pesquisas, talvez não fosse “uma Brastemp” porque Cícero e Maranhão não questionaram números iniciais de campanha que lhes davam a quase certeza do passaporte para o segundo turno. Mas, de qualquer maneira, permitia aos dois – e também a Estela – trabalhar com mais tranquilidade para conquistar o eleitor, sem a pressão de uma suposta desvantagem numérica previamente anunciada.

Maranhão ainda errou em ter trocado, em certo momento, o discurso inciso contra o prefeito Luciano Agra, aliado ao tom administrativo, que poderia tê-lo exposto ao eleitor como único oposicionista de verdade. Preferiu migrar para uma versão “paz e amor” que em nada ou quase nada ajudou a destacá-lo dos demais concorrentes.

O próprio Cícero, que tem mais afinidade com os pessoenses, por ter sido prefeito duas vezes, abriu mão do discurso apelativo para atacar o candidato do PT, ao ver que estava perdendo espaços. Na mesma direção seguiu Estela, que não tem poupado a gestão de Agra e o concorrente petista.

Aliás, se os números das pesquisas recentes baterem com o resultado das urnas, a única explicação plausível é que Agra e Cartaxo se encaixaram no papel de vítimas e os dois devem agradecer aos adversários que não souberem a hora certa de atacar e de recuar, uma estratégia tão comum quanto necessária numa guerra.

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