Não é de hoje que o deputado Luiz Couto (PT) demonstra decepção com a vida pública. Por diversas vezes o padre sinalizou com a possibilidade de abandonar a política, mas foi convencido por amigos e correligionários a adiar essa decisão. No início da semana, Couto repetiu o feito em Pombal, onde foi homenageado com título de cidadania. O pronunciamento, desta vez, foi mais incisivo porque Couto antecipou até sua suposta sucessora: a prefeita Pollyanna Dutra, uma aliada de primeira hora que deve disputar a eleição de deputada federal em 2018.
Couto alega que já cumpriu sua missão na Câmara dos Deputados, onde exerce o quarto mandato. Até ai, tudo bem. Se já esgotou suas atribuições como deputado federal, o padre pode pensar em disputar um mandato majoritário. Bagagem tem de sobra. Aliás, ninguém discorda que o petista perdeu grande chance de ser senador da República, seu sonho de consumo, em eleições passadas. Talvez essa perda tenha ampliado sua decepção com a política.
Ninguém duvida também que Luiz Couto é um dos nossos melhores e mais atuantes parlamentares. Na Paraíba, tem cometido algumas falhas. Mas, em Brasília, seu trabalho é reconhecido por todos, incluindo adversários. A Paraíba perderia um grande quadro com sua saída.
Se insistir na decisão, Couto deve voltar a atuar na área dos direitos humanos, onde começou sua carreira política. Mas, como disse o próprio deputado petista, “o futuro a Deus pertence”.