Procurador afirma que ainda não é possível concluir que recursos supostamente desviados das obras da Lagoa financiaram campanhas eleitorais

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O procurador da República, Yordan Delgado, destacou, durante entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (25), que o relatório da Controladoria Geral da União, o mesmo usado pela oposição na Câmara Municipal de João Pessoa como fator determinante para o pedido de uma CPI da Lagoa, foi que despertou no Ministério Público Federal a necessidade de apuração sobre a existência de um desvio milionário nas obras da prefeitura, no Parque Solon de Lucena.

Segundo ele foram instaurados inquéritos civil (MPF) e policial (Polícia Federal) para investigar as denúncias tendo em vista as divergências de informações repassadas pelas empresas envolvidas na obra. “Isso reforça a necessidade de continuidade das investigações”, disse..

IRREGULARIDADES

A quantidade de lixo retirado do local (200 mil toneladas) não seria compatível com a mão de obra e com os equipamentos utilizados pela empresa responsável, a Compec, mas, tanto a empresa, quanto a prefeitura da Capital não desmentem os números, reforçando que a quantidade de lixo retirada. é mesmo a que foi anunciada nas propagandas de outodoors.

O procurador disse que Ministério Público Federal já ouviu os donos da construtora e solicitou auxílio da Polícia Federal para continuar colaborando nas investigações a fim de desvendar a veracidade ou não das suspeitas do desvio de recursos públicos.

Delgado ressaltou ainda o fato de as placas dos veículos que fizeram a retirada dos dejetos da Lagoa não são compatíveis com a carga, sendo até mesmo placas de veículos de passeio. Em sua defesa a empresa alega erro de digitação.

Lixo da PMJP

Ainda segundo o procurador, mais pessoas serão ouvidas para prestar esclarecimentos, principalmente funcionários da prefeitura de João Pessoa.

Outra irregularidade apontada e que também causou suspeita é o tamanho do dique construído para escoar água. No projeto o tamanho seria bem maior do que o que realmente foi construído.

CAUTELA

Apesar de todos os indícios, o Ministério Público Federal mantém a cautela, e destaca que ainda é cedo para apontar improbidade administrativa por parte da prefeitura de João Pessoa. “As investigações seguem sendo feitas. O foco, neste momento, é comprovar o que foi relatado pela Controladoria Geral da união”, destacou.

ELEIÇÕES x DESVIO MILIONÁRIO

O procurador disse que ainda não é possível confirmar se a destinação da verba seria utilizada para financiar alguma campanha eleitoral, seja de 2014, quando o irmão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), Lucélio Cartaxo disputou o Sendo Federal pelo PT, seja para o pleito deste ano, eleição em que o atual prefeito disputa a reeleição.

“Não é possível afirmar nada ainda. De início, as investigaçoes buscam confirmar as informações a respeito das irregularidades apontadas pela CGU. Comprovando as possiveis irregularides, aí sim, o objetivo das investigaçoes seriam identificar o motivo e destinação dos desvios.”, adiantou.

A imprensa insistiu para saber se os recursos podem ter financiado campanhas, mas o procurador, mais uma vez, não confirmou a suspeita: “Não quero atestar nada agora. Não se pode concluir enquanto as investigações não chegarem ao fim”, disse.

RELATÓRIO DA CAIXA

Sobre o relatório emitido pela Caixa Econômica Federal, que atesta a regularidade da destinação dos recursos, e que foi utilizado pela prefeitura de João Pessoa para reforçar a regularidade do serviço, o procurador disse que este também será anexado ao processo. O Ministério Público quer saber quais foram os parâmetros utilizados.

“Temos que trabalhar conjuntamente para que a verdade possa surgir. Não é uma investigação simples. Não descuidaremos de tudo que merece ser investigado”, reforçou.

Com PB Agora

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