Líder do PMDB na Assembleia Legislativa, ninguém mais ficou tão incomodado com a desistência de Veneziano Vital em disputar o Governo do Estado que o deputado Raniery Paulino. Ele foi um dos que mais defenderam a manutenção da candidatura própria até o PMDB decidir lançar o senador Vitalzinho para a vaga do irmão.
Paulino tem sérias restrições à aliança com Cássio Cunha Lima (PSDB), por suas divergências históricas com Zenóbio Toscano, prefeito de Guarabira, e com o governador Ricardo Coutinho, a quem faz oposição, por achar que o PMDB perderia em conceito e credibilidade. Por isso, não poderia deixar de trabalhar pela candidatura própria.
O deputado afirma que o PMDB foi humilhado pelo governador, que preferiu oferecer as duas vagas em sua chapa ao PT deixando posteriormente apenas a vice para os peemedebistas. É como se o PT valesse, politicamente, bem mais que o PMDB. “O PMDB pode perder tudo, mas não pode perder seus conceitos e dignidade. Mesmo que o partido viesse a se aliar ao governador Ricardo Coutinho, manteria meu conceito sobre a atual administração estadual”, avisou.
A insistência do parlamentar parece ter surtido efeito, pelo menos por enquanto. O PMDB endureceu o discurso e ainda deu uma espécie de ultimato ao PT: quer Lucélio Cartaxo na chapa, como foi acertado com a direção nacional. A primeira tentativa de convencer os petistas falhou. Ontem, na casa de José Maranhão, os irmãos Cartaxo deixaram claro que não recuam no apoio a Ricardo Coutinho, frustrando a expectativa dos peemedebistas.
Mas, nem tudo está perdido. Nada que uma conversa de Vitalzinho e Maranhão com Dilma, Lula e companhia para resolver a parada de uma vez por todas.