Sandra Marrocos preferiu ficar no PSB ao lado do governador
Ninguém pode desconhecer o trabalho de Sandra Marrocos dentro e fora da Câmara Municipal de João Pessoa, durante todo o mandato. Sempre antenada com os movimentos sociais e as classes menos favorecidas, Sandra tornou-se uma referência em plenário. Pelo menos do ponto de vista ideológico.
Não por acaso, ela obteve mais de 4 mil votos nas eleições municipais do ano passado. Não se reelegeu, é verdade, mas por causa da legenda alta de sua coligação. E não por falta de reconhecimento ao seu trabalho. A primeira suplência, aliás, foi considerada injusta por muitos, devido à atuação da socialista.
Pois não é que a ex-vereadora e atual suplente resolveu “manchar” uma trajetória tão bacana? Sandra Marrocos convocou uma coletiva de imprensa para anunciar uma “bomba”. Mesmo com tanto suspense, não era difícil imaginar que ela anunciaria o rompimento político com o governador Ricardo Coutinho. Mesmo que não se rendesse aos mimos do PT de Luciano Cartaxo. Seria um grito de protesto contra o “esquecimento” de que tanto se queixava. E um grito de independência digno de suas convicções feministas.
Mas, a ex-vereadora ocupou os profissionais de imprensa apenas para falar de sua mágoa do governador e para lhe cobrar, publicamente, um cargo “mais digno” que uma Secretaria Adjunta. Provou que só queria um cargo. Não aquele que lhe ofereceram, mas outro de melhor estrutura e status. Mostrou que suas queixas não eram ideológicas, mas fisiológicas. Enfim, mudou totalmente o curso de sua história.
Não rompeu, nem se recompôs com o governador. Postura típica de quem fez uma proposta e aguarda resposta. Quem conhece Ricardo Coutinho sabe o quanto ele adora esse tipo de pressão, principalmente de aliados. Sabe, portanto, que a ex-vereadora nem precisaria esperar resposta.
Acho que Sandra Marrocos não perdeu só o discurso ideológico. Perdeu também uma boa oportunidade de ficar calada.