Com dificuldades para fechar alianças, Cícero disfarça isolamento com bravatas

O PSDB jamais encontrou tantas dificuldades para garantir alianças políticas em João Pessoa. Nem mesmo nas duas últimas eleições municipais, quando lançou candidatos mais fracos, eleitoralmente, que agora. Tanto na época de João Gonçalves quanto na de Ruy Carneiro, que disputaram o mandato de prefeito com apoio (?) do atual senador e candidato tucano, Cícero Lucena, partidos se ofereciam ao PSDB. Não todos, mas alguns.

Hoje, com um candidato vice-líder nas pesquisas de opinião pública, o PSDB não apresentou sequer um único aliado até agora, restando menos de duas semanas para o fim do período de convenções. Diferente do PMDB, do PT e do PSB, seus principais adversários. O senador Cícero Lucena, quando questionado, afirma que as composições estão acertadas, mas não revela os partidos para não perdê-los. Pura bravata.

Se tivesse mesmo alianças definidas, Cícero já teria colocado as cartas na mesa. Até para se consolidar entre os supostos favoritos. Afinal, quem se apresenta em vantagem, tem mais chances de atrair os indecisos. A regra não serve apenas para eleitores, mas também no caso de partidos.

A verdade é que o tucano sofre um processo de isolamento que pode até ser revertido de última hora, mas não será tarefa fácil. O próprio candidato estaria ciente dos riscos que corre, alertado pelos discípulos mais próximos. A maior prova desse isolamento é o comportamento do DEM, seu fiel parceiro de tantas batalhas. O partido vem fugindo de Cícero Lucena como o diabo foge da cruz. E não admite nem conversar sobre coligação. Parece que tomou abuso. Se o DEM, que era parceiro, age dessa forma, imagine as dificuldades para chegar a outras legendas menos afinadas?

Se o candidato do PSDB não tomar cuidado, esse isolamento pode se consolidar mais rápido que suas pretensões. E isso não é bom. Nem para ele, nem para os integrantes de sua chapa proporcional.