A mais recente pesquisa do Instituto Datavox, divulgada no domingo, mostra pelo menos dois fenômenos interessantes que devem ter chamado a atenção de marqueteiros e entendidos do assunto de plantão. O primeiro é que o ex-governador José Maranhão, pré-candidato do PMDB, vai se consolidando como um dos fortes concorrentes à disputa de um eventual segundo turno em João Pessoa.
O nome de Maranhão não apenas permanece num patamar considerável de disputa, como vem crescendo na preferência do eleitorado, segundo os números das pesquisas divulgadas até agora. O fato não surpreende tanto porque o ex-governador já era visto entre os favoritos antes mesmo de entrar no páreo. Não apenas pela “bagagem” eleitoral que carrega, mas por ter saído de uma disputa acirrada nas eleições de 2010 com uma das maiores lideranças que a Capital já teve, o atual governador Ricardo Coutinho (PSB), cuja gestão deixa a desejar e enfrenta sérias restrições no maior colégio eleitoral da Paraíba, responsável por sua projeção política. Por essa e pelas obras que deixou quando governou a Paraíba, Maranhão se mantém, de forma positiva, na memória de boa parte do eleitorado pessoense.
O outro ponto, mais complicado de explicar, é o crescimento da “zebra”, que seria em tese o prefeito Luciano Agra (PSB), e o declínio de outro suposto favorito, o senador e ex-prefeito Cícero Lucena (PSDB). Apesar de ainda ostentar números consideráveis, Cícero vem perdendo espaço para um nome que sequer está entre os pré-candidatos. Agra renunciou à sua pretensão quatro meses atrás, enfrenta o boicote do seu próprio partido, que lhe negou legenda e escolheu a ex-secretária Estelizabel Bezerra como representante na disputa, e mesmo assim supera o tucano, que tem o nome citado como candidato desde o ano passado, na preferência do eleitorado.
Como explicar tal situação? Uma hipótese, seria que o eleitor pessoense teria adotado Agra como “vítima” de um processo de perseguição e adicionado a isso a boa gestão, em termos de obras e ações, que o atual prefeito vem mostrando. Em contrapartida, o nome de Cícero não estaria sendo visto como “candidato prá valer”. Tanto que o senador até agora, por mais que negue, não conseguiu afastar a ideia de que o deputado Ruy Carneiro seria o seu “Plano B”. Aliadas a isso, estariam as denúncias da “Operação Confraria”, cujas respostas a população ainda espera receber do Supremo Tribunal Federal, a quem cabe julgá-las.