Cícero Lucena deve apostar no “tapetão” para manter Ítalo Kumamoto como vice

Ao contrário do que recomendaram alguns juristas paraibanos, o candidato a prefeito de João Pessoa pelo PSDB, Cícero Lucena, pretende insistir na coligação com o PSC e na indicação do médico Ítalo Kumamoto como seu companheiro de chapa, segundo revelou uma fonte ligada ao senador. Cícero não quer abrir mão do partido e nem substituir, pelo menos de imediato, o vice.

O tucano deve encaminhar hoje ao TRE pedido de registro da chapa homologada em convenção e apostar suas fichas numa eventual batalha judicial entre o ex-presidente do diretório municipal, Rômulo Soares, e o atual presidente do diretório estadual do PSC, Marcondes Gadelha, que fechou apoio ao candidato do PT, Luciano Cartaxo.

Rômulo Soares presidiu os trabalhos na convenção municipal que homologou a coligação com o PSDB, indicando Ítalo Kumamoto para vice de Cícero Lucena. Gadelha destituiu todo o diretório municipal um dia antes da convenção, e alega que a decisão foi nula.

Rômulo assegura que a destituição ocorreu somente após a convenção, o que validaria a aliança com os tucanos. A direção nacional do PSC deu razão a Marcondes Gadelha, mas o ex-presidente municipal recorreu à Justiça Eleitoral, a quem cabe dar a palavra final sobre o caso.

Somente após esgotar os recursos jurídicos, Cícero deve partir para o Plano “B”. Mantida a aliança com o PSC, o candidato tucano terá mais tempo de televisão para expor suas propostas ao eleitor. Caso contrário, terá que escolher outro nome para a vice. Os mais cotados seriam os deputados Aníbal Marcolino, do PSL, e Ruy Carneiro, caso decida por uma chapa “puro sangue”.

 

 

 

Com dificuldades para fechar alianças, Cícero disfarça isolamento com bravatas

O PSDB jamais encontrou tantas dificuldades para garantir alianças políticas em João Pessoa. Nem mesmo nas duas últimas eleições municipais, quando lançou candidatos mais fracos, eleitoralmente, que agora. Tanto na época de João Gonçalves quanto na de Ruy Carneiro, que disputaram o mandato de prefeito com apoio (?) do atual senador e candidato tucano, Cícero Lucena, partidos se ofereciam ao PSDB. Não todos, mas alguns.

Hoje, com um candidato vice-líder nas pesquisas de opinião pública, o PSDB não apresentou sequer um único aliado até agora, restando menos de duas semanas para o fim do período de convenções. Diferente do PMDB, do PT e do PSB, seus principais adversários. O senador Cícero Lucena, quando questionado, afirma que as composições estão acertadas, mas não revela os partidos para não perdê-los. Pura bravata.

Se tivesse mesmo alianças definidas, Cícero já teria colocado as cartas na mesa. Até para se consolidar entre os supostos favoritos. Afinal, quem se apresenta em vantagem, tem mais chances de atrair os indecisos. A regra não serve apenas para eleitores, mas também no caso de partidos.

A verdade é que o tucano sofre um processo de isolamento que pode até ser revertido de última hora, mas não será tarefa fácil. O próprio candidato estaria ciente dos riscos que corre, alertado pelos discípulos mais próximos. A maior prova desse isolamento é o comportamento do DEM, seu fiel parceiro de tantas batalhas. O partido vem fugindo de Cícero Lucena como o diabo foge da cruz. E não admite nem conversar sobre coligação. Parece que tomou abuso. Se o DEM, que era parceiro, age dessa forma, imagine as dificuldades para chegar a outras legendas menos afinadas?

Se o candidato do PSDB não tomar cuidado, esse isolamento pode se consolidar mais rápido que suas pretensões. E isso não é bom. Nem para ele, nem para os integrantes de sua chapa proporcional.

Maranhão fecha com PTB e aguarda Cícero para definir vice

O ex-governador José Maranhão, pré-candidato do PMDB a prefeito de João Pessoa confirmou, nesta segunda-feira (28), que a aliança com o PTB na Capital caminha para uma solução no próximos dias. Maranhão disse que seu sobrinho, Benjamin Maranhão, tira licença agora em junho para Abilio assumir vaga na Câmara Federal. “Falta somente bater o martelo e acredito que estaremos fazendo isso nos próximos dias”, disse.

Em relação à vaga de vice, Maranhão disse que ela será ocupada por um nome indicado pelos partidos aliados, mas não citou preferência. Ele não esconde de ninguém o desejo de celebrar composição com o PSDB, onde espera que o senador Cícero Lucena indique o vice.

Como explicar quando o “azarão” atropela um favorito mesmo sem ser candidato?

A mais recente pesquisa do Instituto Datavox, divulgada no domingo, mostra pelo menos dois fenômenos interessantes que devem ter chamado a atenção de marqueteiros e entendidos do assunto de plantão. O primeiro é que o ex-governador José Maranhão, pré-candidato do PMDB, vai se consolidando como um dos fortes concorrentes à disputa de um eventual segundo turno em João Pessoa.

O nome de Maranhão não apenas permanece num patamar considerável de disputa, como vem crescendo na preferência do eleitorado, segundo os números das pesquisas divulgadas até agora. O fato não surpreende tanto porque o ex-governador já era visto entre os favoritos antes mesmo de entrar no páreo. Não apenas pela “bagagem” eleitoral que carrega, mas por ter saído de uma disputa acirrada nas eleições de 2010 com uma das maiores lideranças que a Capital já teve, o atual governador Ricardo Coutinho (PSB), cuja gestão deixa a desejar e enfrenta sérias restrições no maior colégio eleitoral da Paraíba, responsável por sua projeção política. Por essa e pelas obras que deixou quando governou a Paraíba, Maranhão se mantém, de forma positiva, na memória de boa parte do eleitorado pessoense.

O outro ponto, mais complicado de explicar, é o crescimento da “zebra”, que seria em tese o prefeito Luciano Agra (PSB), e o declínio de outro suposto favorito, o senador e ex-prefeito Cícero Lucena (PSDB). Apesar de ainda ostentar números consideráveis, Cícero vem perdendo espaço para um nome que sequer está entre os pré-candidatos. Agra renunciou à sua pretensão quatro meses atrás, enfrenta o boicote do seu próprio partido, que lhe negou legenda e escolheu a ex-secretária Estelizabel Bezerra como representante na disputa, e mesmo assim supera o tucano, que tem o nome citado como candidato desde o ano passado, na preferência do eleitorado.

Como explicar tal situação? Uma hipótese, seria que o eleitor pessoense teria adotado Agra como “vítima” de um processo de perseguição e adicionado a isso a boa gestão, em termos de obras e ações, que o atual prefeito vem mostrando. Em contrapartida, o nome de Cícero não estaria sendo visto como “candidato prá valer”. Tanto que o senador até agora, por mais que negue, não conseguiu afastar a ideia de que o deputado Ruy Carneiro seria o seu “Plano B”. Aliadas a isso, estariam as denúncias da “Operação Confraria”, cujas respostas a população ainda espera receber do Supremo Tribunal Federal, a quem cabe julgá-las.