Fusão do PSB com PPS pode levar Nonato Bandeira ao comando da oposição a Cartaxo

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Perece mentira, mas é verdade. O processo de fusão entre PSB e PPS, deslanchado em nível nacional, pode levar o vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira, a integrar o comando da oposição ao prefeito Luciano Cartaxo (PT), de quem ainda é aliado. Cartaxo e Bandeira mantém uma relação política comparada à de um casal que divide o mesmo teto, mas dorme em camas separadas. Apesar de presidente do PPS na Paraíba, Nonato não tem na gestão municipal qualquer atribuição além das inerentes ao cargo que ocupa. Ou seja, manda menos que qualquer secretário municipal.

Além da conturbada relação entre os dois, a direção nacional já decidiu que o PSB terá candidatos a prefeito em todas as capitais brasileiras nas eleições de 2016, com ou sem fusão. Isso significa que provavelmente os socialistas estarão longe do palanque de Cartaxo e, em caso de fusão com o PPS, Nonato também. Não por acaso, o vice-prefeito já não faz tantas restrições ao governador Ricardo Coutinho, comandante maior do PSB no Estado. Ao contrário, tem dito que aceitará com naturalidade e não será problema para a junção dos dois partidos, mesmo que tenha que conviver com o ex-aliado. O mesmo não se pode dizer em relação a Cartaxo, de quem o vice-prefeito não faz tanta questão de uma convivência amigável. Nonato parece a cada dia mais decepcionado com o petista.

Bandeira já demonstrou que não tem apego a cargos. Caso contrário, jamais teria rompido com o governador Ricardo Coutinho (PSB) e abandonado o posto de seu principal secretário para comandar o PPS e levá-lo para a oposição. Ele, na ocasião, trocou a “causa própria” pela “causa coletiva”, ajudando seu partido a eleger três vereadores (Marco Antonio, Bruno Farias e Djanilson da Fonseca) e o vice-prefeito (ele próprio), numa aliança até então pouco provável com o PT do prefeito Luciano Cartaxo.

Se nonato abriu mão da situação privilegiada que tinha para se aventurar na oposição, por que teria dificuldade para fazer o caminho inverso? “Os interesses coletivos devem estar acima de quaisquer interesses locais e paroquiais”, respondeu Nonato, ao ser perguntado se teria problema em conviver com Ricardo Coutinho no futuro partido, resultado da fusão entre PSB e PPS.

Nonato tem razão em não impor obstáculos. Até porque, a fusão é uma iniciativa nacional dos dois partidos que querem evitar restrições localizadas para garantir a unidade da nova legenda. Depois, Cartaxo já deixou claro que não há espaço para o vice em sua chapa quando ofertou a vaga ao PSB, antes mesmo da ideia de fusão tomar corpo. Não que ele tenha garantias de disputar a reeleição com apoio de Ricardo. Mas, pelo menos terá espaço para fazer o que mais gosta: articulação política.

Na volta ninguém se perde.

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