Como esperado, o governador Ricardo Coutinho, da coligação “A Força do Trabalho”, e o senador Cássio Cunha Lima, da coligação “A Vontade do Povo”, polarizaram o debate promovido entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, pela TV Master. As acusações mútuas levaram a produção a permitir direitos de respostas solicitados pelos dois candidatos.
O senador Vital Filho, candidato do PMDB, manteve a linha propositiva tentando, por outro lado, mostrar que Ricardo e Cássio representam o mesmo governo porque foram aliados nos últimos três anos. Major Fábio, do PROS, e Antonio Radical, do PSTU, utilizaram a linha “extrema”, desferindo denúncias para todos os lados e pregando a renovação.
O candidato do PSOL, Tárcio Teixeira, surpreendeu por sua postura serena aliada a um discurso articulado que misturou informação com ironias na avaliação dos governos de Ricardo e Cássio, argumentando também que os dois representam a mesma linha administrativa.
Mas, foi o enfrentamento entre Ricardo e Cássio que chamou a atenção e algumas vezes fez com que o apresentador, Alex Filho, intercedesse para coibir os gritos da platéia, ameaçando até chamar a segurança e a polícia, caso necessário.
Ricardo buscou comparar sua gestão com a de Cássio e até com a do ex-governador José Maranhão, do PMDB, quando provocado por Vital Filho. Citou, por exemplo, que o tucano não comprou um só ônibus escolar, enquanto ele havia adquirido e distribuído com as prefeituras mais de 500. Disse ainda que foi o governador que mais criou leitos em hospitais paraibanos, acusando o concorrente de não ter contribuído em nada para melhoria da saúde pública no Estado.
Cássio retrucou e mirou na “intransigência e autoritarismo” de seu adversário, lembrando que categorias funcionais como médicos não conseguiram sequer audiência com o atual governador. Afirmou ainda que, enquanto viabilizou mais de dez Planos de Cargos e Salários e garantiu a autonomia da UEPB, Ricardo perseguiu servidores, demitiu prestadores de serviço e tentou retirar os benefícios conquistados pela Universidade Estadual da Paraíba.
A troca de farpas não parou por ai, mas a lista é muito extensa para citar todas as acusações.
Mas, em suma, o debate foi um “aperitivo” do que deve ser a campanha na Paraíba, que exigirá da Justiça Eleitoral e do Ministério Público trabalho dobrado para coibir os excessos e evitar que discursos acirrados se transformem em práticas reprováveis numa democracia.