Depois de “peitar” o governador Ricardo Coutinho no campo político, perdendo a disputa na convenção do PSB para disputar a reeleição, o prefeito Luciano Agra resolveu enfrentar seu “criador” também no campo administrativo. Após Ricardo
anunciar um pacote de investimentos para a Capital, orçado em R$ 1 bilhão, Agra revelou que pretende fazer inaugurações diárias de obras durante todo o mês de agosto, para comemorar mais um aniversário da cidade.
Bom seria se todas as disputas políticas fossem assim, pautadas em ações administrativas. Ganhariam as cidades, os Estados e o País. Mais, infelizmente, não são. E pudemos constatar novamente isso observando o primeiro debate entre os candidatos a prefeito de João Pessoa, realizado na noite de segunda-feira.
Faltaram propostas, sobraram ataques. Candidatos e seus marqueteiros, ao que parece, consideram mais importante investir contra os adversários que apresentar sugestões para resolver os principais problemas da cidade. Ledo engano.
O eleitor está, a cada dia, mais exigente. Quer saber como serão resolvidos os problemas do trânsito, cada vez mais caótico, do funcionalismo, com defasagem salarial, da saúde, da educação e da segurança pública, que precisam de mais investimentos, só para citar esses exemplos.
Claro que a ele, o eleitor, interessa também – e muito – a vida pregressa dos candidatos. Mas, para isso existe a Lei Ficha Limpa que afasta políticos “sujos” das disputas. Depois, muitos confundem a vida pública com a privada. Esta última, pouco tem a ver com o processo eleitoral. Ou não deveria ter.
De qualquer forma, ainda há tempo para que os candidatos reflitam. O guia eleitoral e os debates são instrumentos fundamentais e decisivos em qualquer campanha. Tanto podem ajudar a eleger como a derrotar, dependendo do conteúdo.