Secretário repete ameaças de Cartaxo e admite demissão de professores grevistas

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Considerado o porta-voz do prefeito Luciano Cartaxo, o secretário-chefe da Casa Civil, Zenedh Bezerra, repetiu a atitude do chefe e ameaçou de demissão os professores que estão em estado probatório. Ao todo, são 1.200 nomeados recentemente pelo prefeito. Segundo Zrenedh, a situação desses profissionais é “temerária” porque os demais concursados que inda não foram convocados podem entrar na justiça a qualquer momento exigindo que a Prefeitura de João Pessoa substitua os grevistas.

Em entrevista ao portal PBAgora, o secretário ainda desdenhou da inteligência dos grevistas afirmando que não se tratava de ameaça, mas sim de um fato real que poderá acontecer, desde que outros aprovados no concurso do magistério público se manifestem nessa direção. “É lamentável. Se fosse a administração pública, ela teria que cumprir. Decisão de justiça você pode discordar, pode recorrer, mas tem que cumprir”, afirmou, referindo-se ao descumprimento da volta ao trabalho determinado pela justiça.

O secretário ainda acusou o presidente do Sintem, Daniel de Assis, de incitar os professores em estado probatório a descumprirem a decisão judicial, colocando em risco seus empregos. Mesmo reconhecendo o direito de greve, Zenedh Bezerra dise que esse direito acabou quando a justiça decretou a ilegalidade do movimento. De acordo com o auxiliar de Cartaxo, os grevistas estariam descumprindo as exigências de assiduidade e disciplina, contribuindo para que mais de 60 mil estudantes estejam sem aulas desde 16 de março, enquanto 8,5 mil professores e servidores estão paralisados.

Deputados rejeitam relatório de Luiz Couto e aprovam redução da maioridade penal na CCJ

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Sob protestos, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou proposta de emenda à constituição que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal. A PEC 171/1993 foi considerada constitucional por 42 deputados, que aprovaram o relatório do deputado Marcos Rogério (PDT/RO) – favorável à admissibilidade da proposta – diante de 17 votos contra. Ele foi escolhido como novo relator após o parcer original, do deputado Luiz Couto (PT-PB), contrário à admissibilidade da proposta, ser vencido por 43 a 21 votos.

O texto segue para análise de uma comissão especial a ser formada que pode demorar até 40 sessões e terá de passar por duas votações no plenário da Câmara. “Ela (a PEC) visa reduzir um direito individual, o que é expressamente proibido”, afirmou Couto, ao defender que a proposta deveria ser arquivada por alterar uma cláusula imutável da Constituição de 1988. Ele também destacou a ineficácia da medida para reduzir a violência.

Segundo dados do Ministério da Justiça de 2011, menos de 1% dos homicídios foram cometidos por menores de 18 anos. Do total de jovens que cumprem medidas socioeducativa, a maioria cometeu que crimes patrimoniais como furto e roubo (43,7% do total) e envolvimento com o tráfico de drogas (26,6%).

Desde o início da sessão, PT, PSol e PCdoB usaram manobras regimentais a fim de impedir a votação, mas foram vencidos. Eles tentaram sem sucesso evitar a inversão de pauta para que o projeto fosse o primeiro item a ser discutido e retirar o tema da pauta, além de promoverem obstrução, se revezando em discursos. De acordo com eles, a mudança é inconstucional por querer alterar cláusulas imutáveis da Constituição. Já parlamentares favoráveis se pronunciaram brevemente, a fim de agilizar o debate.

O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), também destacou a inconstitucionalidade da medida. O partido estuda enviar um mandado se segurança ao Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de evitar a tramitação da PEC. Ele lembrou ainda que o Estado da Criança e do Adolescente (ECA) prevê sanções a menores infratores. “É possível que um adulto fique menos tempo preso por um homicídio do que um adolescente que cometa o mesmo crime”, afirmou.

Por outro lado, o deputado Evandro Gussi (PV/SP) afirmou que não é unanimidade entre juristas o entendimento da inconstitucionalidade. “Não há essa leitura apenas. Vamos afastar essa ideia de que essa é uma cláusula pétrea” disse. O deputado Giovani Cherini (PDT/RS) ressaltou que é preciso diminuir a certeza da impunidade de adolescentes de 16 anos que cometem crimes.

Protestos

A fim de evitar tumultos como os da semana passada, a entrada de ativistas a favor e contrários à proposta foi limitada a 15 pessoas de cada grupo. Aqueles pró-redução seguram cartazes com frases como “O Brasil pede a redução da maioridade penal”. Já manifestantes contra a redução exibiram faixas com os dizeres “mais escolas e menos cadeias ” e “crianças e adolescentes são pessoas em desenvolvimento e necessitam de uma proteção especializada, diferenciada e integral”. Eles gritaram “não à redução” e “fascistas, não passarão” no fim da sessão.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou um comunicado contrário à medida, por considerar que ela viola direitos e garantias individuais. Outras entidades, como o Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (Conanda), o Conselho Federal de Psicologia e Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced) também se opõem à medida. Eles argumentam que ela será ineficaz na redução da violência no país, além de ir na contramão das recomendações internacionais.

O que muda

A Proposta de Emenda à Constituição 171 de 1993 altera a redação do artigo 228 da Constituição Federal, reduzindo a maioridade penal de 18 para 16 anos. Atualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que a partir dos 12 anos, os jovens estão sujeitos a sanções por cometerem crimes, sendo três anos o tempo máximo de internação. As medidas socioeducativas tem caráter predominantemente educativo e não punitivo. Elas incluem prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação.

Com Correio Web

PMDB não abre mão da candidatura de Veneziano em Campina Grande e Vita diz que é “questão de honra”

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Veneziano Vital disse que não pretende ser candidato a prefeito de Campina Grande em 2016. Talvez por medo da enxurrada de processos a que responde na Justiça. Mais precisamente no STF. Mas, o PMDB parece pouco disposto a poupar o “Cabeludo”. “A candidatura (a prefeito) é uma questão de honra para Veneziano e para o partido”, afirmou o suplente de senador Roosevelt Vita, a quem coube dar o “recado”.

Alegando a importância de uma vitória em Campina Grande para o PMDB, na conjuntura estadual, Vita sugeriu que o partido “preserve” Veneziano exatamente para s disputa municipal que se aproxima e lembrou que foi o “Cabeludo” quem derrotou o esquema comandado pelo Grupo Cunha Lima na Rainha da Borborema. “Veneziano deve se preparar para voltar à Prefeitura porque está credenciado para disputar as eleições”, avaliou Vita.

Problema eleitoral, Vené já demonstrou que não tem. Partidário, também não. O desafio é se livrar das ações judiciais. Dizem que são mais de trinta.

Cartaxo radicaliza, ameaça demitir grevistas e chamar novos professores: “A fila anda”

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O prefeito Luciano Cartaxo (PT) perdeu a paciência com os professores, que não aceiraram sua proposta de reajuste nem acataram a decisão judicial, considerando ilegal a greve e mandando a categoria retornar ao trabalho. Na manhã desta terça-feira, Cartaxo ameaçou demitir os grevistas e chamar novos concursados, caso não voltem às salas de aula imediatamente. “Agora, temos outra situação que é uma decisão judicial. Se os professores não querem cumprir, vamos tomas as providências cabíveis”, garantiu, lembrando que muitos estão em estado probatório.

Cartaxo tinha reunião agendada com os secretários de Administração, Finanças e da área jurídica para estudar o quadro, após os professores decidirem, em audiência, manter a greve, na noite de ontem, pagar a multa prevista e recorrer da decisão judicial. “Tem muitos professores esperando ai, com vontade de trabalhar. A fila anda”, avisou o prefeito, irritado com a insistência dos grevistas.

Pelos cálculos do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município (Sintem) pelo menos 180 escolas da rede pública municipal continuam fechadas por causa da greve dos professores. A entidade decidiu pagar multa diária de R$ 5 mil até que a Justiça julgue o recurso impetrado pela categoria.

Durval anuncia ponto facultativo, adia audiência pública e Oposição pede Conselho de Ética

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O clima esquentou agora há pouco na Câmara Municipal de João Pessoa, depois que o presidente Durval Ferreira (PP) confirmou adiamento de audiência pública com a secretária de Educação de João Pessoa, Edilma Ferreira. A audiência estava marcada para a próxima quinta-feira (02), mas Durval decretou ponto facultativo, seguindo exemplo do Governo do Estado e Assembleia Legislativa, e anunciou o dia 23 como nova data.

A bancada de Oposição protestou. Queria que o plenário, com maioria governista, decidisse, mas Durval manteve a decisão da Mesa Diretora.

A tensão levou o vereador Lucas de Brito (DEM) a pedir a instalação do Conselho de Ética na Câmara Municipal. Segundo ele,m alguns vereadores estão extrapolando os limites de suas atribuições.

Vereador denuncia manobra da Situação e anuncia ação de improbidade contra secretária de Cartaxo

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O vereador Raoni Mendes (PDT) denunciou na manhã desta terça-feira uma manobra da bancada de situação para adiar a ida da secretária de Educação de João Pessoa, Edilma Ferreira, para discutir denuncias contra sua pasta e a greve dos professores da rede pública municipal de ensino. A audiência pública com a secretária estava marcada para a próxima quinta-feira (02), mas foi adiada para o próximo dia 15.

“A Oposição não pode concordar com isso. A data foi marcada e confirmada pela Mesa Diretora e pelo líder do prefeito. Agora querem adiar, numa manobra que não podemos aceitar. Vamos entrar com uma ação de improbidade porque já são mais de trinta dias que a convocação da secretária foi aprovada”, afirmou Mendes.

Renato Martins, o mais novo oposicionista da Câmara Municipal, também protestou contra o adiamento. Martins inclusive lamentou a decisão da Justiça que considerou a greve dos professores ilegal e mandou que pelo menos 30% da categoria voltasse ao trabalho. “Os professores mantiveram a greve porque não sabemos a Educação pode funcionar com apenas 30% dos professores”, afirmou.

O clima ficou tempo após o líder do prefeito chamar Raoni Mendes de criminoso por “incitar os grevistas a descumprirem uma decisão judicial”. “Criminoso não é quem defende os professores. Peço respeito ao líder do prefeito”, sustentou Raoni Mendes.

Renato Martins “foge” de resposta sobre manutenção de aliança PT/PSB em João Pessoa

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O vereador Renato Martins (PSB) guinou novamente para a oposição dias atrás. Reiniciou sua carreira oposicionista criticando a precarização do serviço público em João Pessoa. Citou como exemplo a situação de postos de saúde “sem profissionais e medicamentos” e o caso da Educação, onde professores continuam em greve. Ou seja, foi “com tudo” para cima da gestão municipal.

Martins só não suporta falar sobre a aliança entre PT e PSB. Muito menos sobre a proposta do PT de ter um vice do prefeito Luciano Cartaxo indicado pelo PSB em 2016. Ele enrola, disfarça, dissimula, alega que é contra a “precariedade” dos serviços prestados pela Prefeitura da Capital, mas não afirma, em hipótese alguma, se é a favor ou contra a manutenção dessa aliança.

Apesar das críticas contundentes que vem fazendo a Cartaxo, Renato Martins deixou os colegas e os profissionais de imprensa em dúvidas sobre o seu real posicionamento político. Até parece que está sendo orientado a adotar tal postura. Talvez pensando na hipótese de mudar de novo, caso a aliança seja mantida.

É bem mais cômodo que assumir verdade.

Líder de Cartaxo garante que PPS não vai exigir vaga de vice para manter aliança com PT

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O vereador Marco Antonio disse, na manhã desta terça-feira, que o PPS vai lutar para manter a vice, hoje ocupada por Nonato Bandeira, mas a vaga não será obstáculo para manter apoio ao projeto de reeleição do prefeito Luciano Cartaxo. “Se for preciso para a reeleição do prefeito, abriremos mão da vaga”, avisou.

Marco Antonio defendeu a ampliação da aliança que deu a vitória a Cartaxo em 2012 e explicou que, “não se pode entrar numa negociação com exigências”.

O detalhe é que Marco Antonio é do PPS, mas também tem o sobrenome Cartaxo, além de ser líder do prefeito na Câmara Municipal.

Nonato Bandeira está sendo “fritado”. Alguma dúvida?

Desligado da política, Cícero Lucena rejeita PT e dá um sonoro “não” ao prefeito Luciano Cartaxo

Cícero diz não a Cartaxo (Imagem da Internet)

Cícero diz não a Cartaxo (Imagem da Internet)

Uma coisa ninguém pode negar: o senador Cícero Lucena nunca foi de titubear em suas respostas. É sim ou não. E no caso de aproximação com o PT, a resposta é um sonoro não. Foi assim que Cícero reagiu ao ser abordado pelo site MaisPB.com.br sobre a possibilidade de discutir a sucessão municipal de 2016 em João Pessoa com o partido de Dilma, Lula e Cartaxo, proposta lançada por Jackson Macedo, dirigente municipal do PT. “Estou fora”, disparou.

O estou fora de Cícero tem duplo sentido. Fora de qualquer entendimento com os petistas, a quem faz oposição em nível nacional, e da política, que largou pelo menos momentaneamente. Cícero garante que está focado agora em seus negócios. Não quer saber da vida pública.

Pode até ser, mas dificilmente o ex-prefeito, ex-governador e ex-senador deixará de participar, mesmo que não seja diretamente, das eleições do ano que vem. A “mosca azul” da política quando pica transmite um “veneno” até agora sem antídoto.

Quem viver, verá.

Lula defende imposto sobre grandes fortunas, mas não fala se inclui a do filho Lulinha

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O PT e o ex-presidente Lula da Silva, sua maior expressão, querem aprovar um imposto sobre as grandes fortunas do país. Por pura coincidência, quando a Operação Lava Jato está a todo vapor, destruindo o “ninho” de corrupção instalado na própria legenda e na estrutura pública que comanda.

A proposta é defendida em manifesto do PT, redigido com ajuda de Lula. Não se sabe se vai atingir também o filho do ex-presidente, Lulinha, a quem se atribui um enriquecimento meteórico sem precedentes na história do Brasil. Abaixo, o texto publicado no portal Clickpb.com.br:

Em meio à crise gerada pelas denúncias da Operação Lava Jato, dirigentes regionais do Partido dos Trabalhadores (PT) lançaram nesta segunda-feira (30), em São Paulo, um manifesto com dez propostas para enfrentar a turbulência política.

O documento – elaborado com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – propõe, entre outros pontos, orientar a bancada do partido no Congresso Nacional a votar o projeto que regulamenta o imposto sobre grandes fortunas.

A Constituição de 1988 previu a instituição de um imposto sobre grandes fortunas no Brasil. Até hoje, no entanto, a medida depende da aprovação de um projeto de lei complementar que determine como será feita essa taxação. O imposto sobre grandes fortunas é o único dos sete tributos previstos na Constituição que ainda não foi implementado.

Entre os projetos que tramitam no Congresso Nacional para regulamentar o imposto sobre grandes fortunas está o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Apresentado em 1989 – quando ainda era senador –, a proposta chegou a ser aprovada no Senado no mesmo ano, mas ficou travada na Câmara e, desde 2000, aguarda para ser votada em plenário.

Pelo projeto do ex-presidente, pessoas com patrimônio superior a R$ 6,8 milhões seriam taxadas com uma alíquota que varia entre 0,3% e 1%, dependendo do valor da fortuna.

Outra proposta, apresentada em 2008 pelos deputados do PSOL Luciana Genro (RS), Chico Alencar (RJ) e Ivan Valente (SP), também não chegou a ser votada em plenário. O projeto prevê uma taxação entre 1% e 5% para pessoas com patrimônio superior a R$ 2 milhões.

‘Bode expiatório’

Com três paginas, o manifesto divulgado nesta segunda pelo PT também afirma que o partido está sob forte ataque. Para enfrentar a oposição ao governo Dilma Rousseff, os petistas sugerem a articulação de uma ampla frente de siglas de esquerda, incluindo centrais sindicais e movimentos sociais.

Segundo o documento, a oposição quer fazer do PT “bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades passageiras da economia”. Na avaliação dos dirigentes petistas, a crise atual no país é consequência de “um contexto adverso de crise mundial prolongada”.

O texto reitera queixas contra críticas direcionadas ao PT e recomenda à legenda mudanças internas, como valorização da consistência política e ideológica tanto por parte dos dirigentes quanto dos militantes de base.

PT dos anos 80

Diante das mobilizações da oposição, os dirigentes do PT recomendaram que o partido saia da “defensiva” e retome a “iniciativa política”. Para tanto, destaca o manifesto, é preciso que a legenda assuma responsabilidades e corrija rumos, promovendo um “reencontro” com o PT dos anos 80.

“Para sair da defensiva e retomar a iniciativa política, devemos assumir responsabilidades e corrigir rumos. Com transparência e coragem. Com a retomada de valores de nossas origens, entre as quais a ideia fundadora da construção de uma nova sociedade”, diz trecho do documento.

“Ao nosso 5º Congresso, já em andamento, caberá promover um reencontro com o PT dos anos 80, quando nos constituímos num partido com vocação democrática e transformação da sociedade – e não num partido do “melhorismo”. Quando lutávamos por formas de democracia participativa no Brasil, cuja ausência, entre nós também, é causa direta de alguns desvios que abalaram a confiança no PT”, acrescenta o texto petista.

Outra recomendação dos dirgentes para a retomada dos valores que marcaram os primeiros anos do PT é o afastamento do “pragmatismo pernicioso”, o reforço dos valores da ética na política, e “não dar trégua ao cretinismo parlamentar”.
Vaccari

O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) defendeu nesta segunda-feira o afastamento do petista João Vaccari Neto do comando da Secretaria de Finanças do Partido dos Trabalhadores. Vaccari é um dos réus da Operação Lava Jato, acusado de intermediar, com fornecedores da Petrobras, o pagamento de propina para o partido. Ele responde processo na Justiça Federal por corrupção e lavagem de dinheiro.

Tarso participou na tarde desta segunda da reunião da executiva nacional do PT, em São Paulo. Em entrevista a jornalistas, o ex-governador afirmou que, independentemente da vontade de Vaccari, a direção petista deve analisar as provas que já foram apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) envolvendo o tesoureiro e, se considerar que a denúncia está “fundamentada”, tem de afastá-lo de forma preventiva do cargo.

“Acho que se Vaccari não tomar a decisão [de pedir o afastamento do cargo de tesoureiro do PT], minha opinião é que o partido deve examinar as provas da denúncia que existe e, se a denúncia for fundamentada, tem que fazer o afastamento preventivo. […] Se ele foi denunciado, e a denúncia foi aceita, o partido deve pedir que ele se afaste. E se ele não se afastar, afastá-lo preventivamente”, opinou.

Leia a íntegra do manifesto divulgado pelo PT:

Manifesto dos DRs

Nunca como antes, porém, a ofensiva de agora é uma campanha de cerco e aniquilamento. Como já propuseram no passado, é preciso acabar com a nossa raça. Para isso, vale tudo. Inclusive, criminalizar o PT — quem sabe até toda a esquerda e os movimentos sociais.

Condenam-nos não por nossos erros, que certamente ocorrem numa organização que reúne milhares de filiados. Perseguemnos pelas nossas virtudes. Não suportam que o PT, em tão pouco tempo, tenha retirado da miséria extrema 36 milhões de brasileiros e brasileiras. Que nossos governos tenham possibilitado o ingresso de milhares de negros e pobres nas universidades.

Não toleram que, pela quarta vez consecutiva, nosso projeto de País tenha sido vitorioso nas urnas. Primeiro com um operário, rompendo um preconceito ideológico secular; em seguida, com uma mulher, que jogou sua vida contra a ditadura para devolver a democracia ao Brasil.

Maus perdedores no jogo democrático, tentam agora reverter, sem eleições, o resultado eleitoral. Em função dos escândalos da Petrobrás, denunciados e investigados sob nosso governo -– algo que não ocorria em governos anteriores –, querem fazer do PT bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades passageiras da economia, em um contexto adverso de crise mundial prolongada.

Como já reiteramos em outras ocasiões, somos a favor de investigar os fatos com o maior rigor e de punir corruptos e corruptores, nos marcos do Estado Democrático de Direito. E, caso qualquer filiado do PT seja condenado em virtude de eventuais falcatruas, será excluído de nossas fileiras.

O PT precisa identificar melhor e enfrentar a maré conservadora em marcha.

Combater, com argumentos e mobilização, a direita e a extrema-direita minoritárias que buscam converter-se em maioria todas as vezes que as 2 mudanças aparecem no horizonte. Para isso, para sair da defensiva e retomar a iniciativa política, devemos assumir responsabilidades e corrigir rumos. Com transparência e coragem. Com a retomada de valores de nossas origens, entre as quais a ideia fundadora da construção de uma nova sociedade.

Ao nosso 5º Congresso, já em andamento, caberá promover um reencontro com o PT dos anos 80, quando nos constituímos num partido com vocação democrática e transformação da sociedade – e não num partido do “melhorismo”. Quando lutávamos por formas de democracia participativa no Brasil, cuja ausência, entre nós também, é causa direta de alguns desvios que abalaram a confiança no PT.

Nosso 5º Congresso, cuja primeira etapa será aberta, a fim de recolher contribuições, críticas e novas energias de fora, deverá sacudir o PT. A fim de que retome sua radicalidade política, seu caráter plural e não- dogmático. Para que desmanche a teia burocrática que imobiliza direções em todos os níveis e nos acomoda ao status quo.

O PT não pode encerrar-se em si mesmo, numa rigidez conservadora que dificulta o acolhimento de novos filiados, ou de novos apoiadores que não necessariamente aderem às atuais formas de organização partidária.

Queremos um partido que pratique a política no quotidiano, presente na vida do povo, de suas agruras e vicissitudes, e não somente que sai a campo a cada dois anos, quando se realizam as eleições.

Um PT sintonizado com nosso histórico Manifesto de Fundação, para quem a política deve ser “ atividade própria das massas, que desejam participar, legal e legitimamente, de todas as decisões da sociedade”.

Por isso, “o PT deve atuar não apenas no momento das eleições, mas, principalmente, no dia-a-dia de todos os trabalhadores, pois só assim será possível construir uma 3 nova forma de democracia, cujas raízes estejam nas organizações de base da sociedade e cujas decisões sejam tomadas pelas maiorias”.

Tal retomada partidária há de ser conduzida pela política e não pela via administrativa. Ela impõe mudanças organizativas, formativas, de atitudes e culturais, necessárias para reatar com movimentos sociais, juventude, intelectuais, organizações da sociedade – todos inicialmente representados em nossas instâncias e hoje alheios, indiferentes ou, até, hostis em virtude de alguns erros políticos cometidos nesta trajetória de quase 35 anos.

Dar mais organicidade ao PT, maior consistência política e ideológica às direções e militantes de base, afastar um pragmatismo pernicioso, reforçar os valores da ética na política, não dar trégua ao “cretinismo” parlamentar – tudo isso é condição para atingir nossos objetivos intermediários e estratégicos.
Em concordância com este manifesto, nós, presidentes de Diretórios Regionais de 27 Estados, propomos:

1. Desencadear um amplo processo de debates, agitação e mobilização em defesa do PT e de nossas bandeiras históricas;

2. Defesa do nosso legado político-administrativo e do governo Dilma;

3. Participar e ajudar a articular uma ampla frente de partidos e setores partidários progressistas, centrais sindicais, movimentos sociais da cidade e do campo, unificados em torno de uma plataforma de mudanças, que tenha no cerne a ampliação dos direitos dos trabalhadores, da reforma política, da democratização da mídia e da reforma tributária;

4. Apoiar o aprofundamento da reforma agrária e do apoio à agricultura familiar;

5. Orientar nossa Bancada a votar o imposto sobre grandes fortunas e o projeto de direito de resposta do senador Roberto Requião, ambos em tramitação na Câmara dos Deputados;

6. Apoiar iniciativas para intensificar investimentos nas grandes e médias cidades, a fim de melhorar as condições de saneamento, habitação e mobilidade urbana;

7. Buscar novas fontes de financiamento para dar continuidade e fortalecimento ao Sistema Único de Saúde;

8. Apoiar uma reforma educacional que corresponda aos objetivos de transformar o Brasil numa verdadeira Pátria Educadora;

9. Levar o combate à corrupção a todos os partidos, a todos os Estados e Municípios da Federação, bem como aos setores privados da economia;

10. Lutar pela integração política, econômica e cultural dos povos da América, por um mundo multipolar e pela paz mundial. O momento não é de pessimismo; é de reavivar as esperanças. A hora não é de recuo; é de avançar com coragem e determinação. O ódio de classe não nos impedirá de continuar amando o Brasil e de continuar mudando junto com nosso povo. Esta é a nossa tarefa, a nossa missão. É só querer e, amanhã, assim será!
São Paulo, 30 de março de 2015