O governador Ricardo Coutinho (PSB) e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) se encontram hoje, pela primeira vez, após as recentes escaramuças sobre a paternidade do Centro de Convenções, justamente na solenidade de inauguração da primeira etapa da obra, em Jacarapé. A ocasião tem tudo para se transformar numa renovação das recíprocas “juras de amor” registradas dois anos atrás, quando ambos apagaram as diferenças políticas e pessoais para selar uma aliança vitoriosa nas eleições de 2010.
Digo tem tudo porque não se trata apenas de uma simples inauguração, mas sim da entrega, mesmo que parcial, de uma obra grandiosa iniciada por Cássio quando governador (projeto e licitação) que Ricardo vem priorizando e já deixou claro que faz questão de concluir. Uma obra digna de um Estado que sente a necessidade de desenvolver seu turismo, setor fundamental para qualquer economia contemporânea.
Se não bastasse a dimensão da obra, a solenidade deste domingo também representa uma homenagem ao ex-governador Ronaldo Cunha Lima, pai de Cássio, que emprestará seu nome ao Centro de Convenções. Um reconhecimento ao que a memória do poeta representa para João Pessoa e o Estado.
O próprio senador tucano antecipou-se em assegurar presença, junto com demais integrantes do clã Cunha Lima, para “agradecer ao governador pelo gesto”. Fez isso antes que os pregadores do rompimento encontrassem razões para tentar “melar” o encontro.
Diante de um clima tão amigável, é possível que as rusgas entre as duas lideranças tenham sido apagadas novamente ou, pelo menos, arquivadas momentaneamente em nome de um projeto político planejado para longo prazo. Principalmente, ouvindo Zé Ramalho. Será, sem dúvidas, um “grande encontro”.