A redução da tarifa de ônibus em João Pessoa, anunciada por Luciano Cartaxo (PT), jogou um balde de água fria nas pretensões dos manifestantes. Mais ainda nas dos adversários políticos do prefeito, que esperavam vê-lo “refrém” dos estudantes prontos para ganhar as ruas nesta quinta-feira. Com a medida, Cartaxo acabou invertendo os papéis. Saiu da defensiva e passou a ofensiva com direito a cumprimentos até da oposição.
Mais que uma manobra política, a redução de preço da passagem “desarmou” os manifestantes que agora terão que mudar o foco do seu protesto. Por mais que insistam, por exemplo, em cobrar melhorias do sistema de transporte coletivo, jamais terão o mesmo efeito da cobrança anterior. Mesmo porque a qualidade do sistema é um parâmetro muito genérico e não tem força suficiente para sustentar uma mobilização desse porte.
Seja qual for o novo foco do protesto, os estudantes irão às ruas da capital paraibana e de mais três outras cidades – Campina Grande, Guarabira e Patos. E serão monitorados pelas forças de segurança pública para que as cenas de vandalismo registradas em São Paulo e no Rio de janeiro não se repitam.
Quanto a Cartaxo, assistirá à manifestação de “camarote”, ao contrário do seu colega paulistano, Fernando Hadad que arcou com a responsabilidade do reajuste.