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Carlos Dunga já exerceu vários cargos na política. Foi prefeito, deputado estadual, federal e suplente de senador. Também foi secretário de Estado e presidente da Assembleia Legislativa. Dedicou boa parte dessa caminhada política ao PTB, partido que ajudou a fortalecer na Paraíba. Hoje, sem mandato, amarga a humilhação imposta pelo ex-senador Wilson Santiago, presidente estadual e considerado novo “dono” do partido no Estado.
Santiago controla o diretório estadual e os diretórios municipais. Foi a contrapartida para entrar, com o filho e alguns prefeitos, no partido. Bastou Dunga reclamar que não está sendo consultado nem informado sobre as decisões partidárias para receber as bordoadas de Wilson, que nunca foi afeito a dividir nada com ninguém. Santiago pai disse, com todas as letras, que Dunga nada faz pelo PTB além de reclamar o tempo todo e nem acompanha a rotina do partido. Ou seja, é como se não existisse no PTB. Em outras palavras, mostrou a porta da rua ao ex-deputado.
Quem acompanhou as declarações de Santiago pai durante o processo de afastamento do senador Cássio Cunha Lima, o que lhe rendeu quase dois anos de mandato tomado a pulso, já que o tucano foi o mais votado nas eleições de 2010, sabe que ele não mede palavras nem economiza adjetivos quando quer atacar um adversário. Mas Dunga, até agora, era tido como um aliado. Tanto que apoiou o próprio Santiago como candidato ao Senado na chapa de Cássio no ano passado.Não merecia tanto.
Diante de tal quadro, não resta outra alternativa ao cacique de Boqueirão que não seja a saída imediata, a mudança de legenda. Embora, de coração partido por se ver, ao final de uma trajetória vitoriosa, enxotado como se fosse um “Zé Ninguém” por um político de conhecido apego ao dinheiro, aos favores e aos interesses pessoais. Dunga não merecia isso. Muito menos de um politico como Wilson Santiago.
Ingratidão dói mais que coice de jumento. Dunga tem toda razão quando fala isso. E deve estar sentindo essa dor agora.