A pequena cidade de Currau Velho, encravada no Sertão da Paraíba, mostrou esta semana que a democracia brasileira não é tão representativa quanto se pensa e prega. Um suplente que obteve apenas sete votos nas eleições de 2016 assumiu o mandato após a morte do titular, vítima de acidente de trânsito.
Mais irônico ainda, é saber que Antonio Carnaúba fora eleito com 237 votos, 230 a mais do que o suplente conquistou nas urnas. Foi o mais votado entre os eleitos.
Indiferente aos números, José Bermardino Pereira ignorou as piadas e seguiu em frente, assumindo o mandato, as atribuições e o salário mensal de R$ 3 mil, antes pago ao campeão de votos.
Bernardino está errado? Claro que não. Errado está um sistema político que sobrevive aos trancos e barrancos, que vez por outra é bombardeado pelos projetos dos “Bernardinos” da vida, ávidos pelo poder e alheios ao que representam os cargos que exercem.
Casos como este colocam em xeque um dos prncipais atributos da democracia: a representatividade. Não que os irrisórios sete votos impeçam o novo vereador de trabalhar em favor de sua cidade. Mas, amparar um mandato popular em menos de uma dezena dos 2.244 eleitores de Currau Velho é, no mínimo, absurdo, para não dizer insano.
Como são muitos os casos país afora, não dá para jogar tudo nas costas de Bernardino. Em janeiro de 2017, por exemplo, o paraibano André Amaral assumiu vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília, com pouco mais de seis mil votos. Amaral substituiu Manoel Jr, eleito vice-prefeito de João Pessoa.
Com informações do Jotmal da Paraíba