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A popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é inegável, apesar dos inúmeros escândalos em que se meteu segundo a Operação Lava Jato. Lula lidera todos os cenários na disputa pela sucessão presidencial em 2018, mesmo sem saber se poderá ser candidato. E ainda escolheu á dedo a data de sua visita à Transposição: 19 de março, Dia de São José. A data é considerada histórica para agricultores, produtores rurais e a população nordestina, de modo geral. É uma espécie de marco, que delimita a esperança do povo em relação ao período das chuvas.
O cenário e a ocasião são perfeitos para o discurso que Lula deve fazer, assumindo publicamente a paternidade da Transposição das águas do São Francisco, com a anuência da maioria dos nordestinos. O cunho político da visita é inevitável, diante da campanha eleitoral fora de época que o petista vem fazendo no Brasil inteiro. A previsão, portanto, é de mais aplausos do que vaias.
Mas, outro componente importante da visita pode mudar esse panorama tão favorável à Lula. A também ex-presidente Dilma Roussef parece disposta a “se escalar” para acompanhá-lo na viagem ao Cariri paraibano. Acusada de engavetar a Transposição, Dilma quer fazer as pazes com os nordestinos às custas do prestígio de Lula. E sabe que sua maior oportunidade talvez seja esta. Para Lula, vetar a presença da “companheira” seria, no mínimo, descortesia, embora saiba que, na situação política em que se encontra, a ex-presidente em nada acrescenta ao projeto petista de retomar o poder.
Sem Dilma, o evento tem tudo para se transformar numa grande investida político-eleitoral. Com Dilma, podem preparar as vaias.