O governador Ricardo Coutinho e o senador C�ssio Cunha Lima travam hoje uma verdadeira “guerra fria” que promete s� acabar na segunda quinzena de fevereiro, quando o tucano decidir, junto com o PSDB, se ser� candidato ao Governo do Estado ou manter� apoio ao projeto de reelei��o do socialista.
De um lado, C�ssio d� claros sinais de rompimento da alian�a celebrada em 2010 e lan�amento de candidatura pr�pria pelo �PSDB. Do outro, o governador prefere fingir que nada est� acontecendo, embora comece a sentir que a coisa caminha para o enfrentamento e vem mandando “recados” ao ainda aliado.
Al�m do tom do discurso, que prioriza cr�ticas ao Governo do Estado e o desejo de “seguir a vontade dos paraibanos”, C�ssio tem acenado de outras formas na dire��o do rompimento, como sugerir uma avalia��o da gest�o de Ricardo Coutinho e comunicar a alguns correligion�rios que quer voltar ao Governo do Estado.
Mas, talvez o fato mais sintom�tico at� agora seja mesmo a sa�da da ex-esposa e ex-primeira-dama do Estado, S�lvia Cunha Lima, do cargo de coordena��o que ocupava. Dizem que falta apenas a publica��o no Di�rio Oficial. E foi ela quem pediu para sair. S�lvia deve ocupar cargo de mesmo porte na administra��o de Romero Rodrigues.
Embora do lado do governador a ordem seja manter o discurso de preserva��o da alian�a at� 2018, como de origem, Ricardo j� emite sinais, ainda t�midos, de que est� pronto para a luta. Dias atr�s, a secret�ria Chefe de Gabinete, Estela Bezerra, disse que o projeto de reelei��o de Ricardo independe de C�ssio e que o PSB est� preparado para enfrentar qualquer advers�rio, at� mesmo o aliado tucano.
A repercuss�o n�o foi a esperada, mas a declara��o deixou cassistas enfurecidos. Defensores da alian�a como o prefeito de Guarabira, Zen�bio Toscano, desabafaram o “acumulado” com a gest�o socialista, que inclu�a uma suposta tentativa do governador de tirar um prefeito de sua esposa, deputada L�a Toscano, para votar em Herv�zio Bezerra.
Zen�bio mudou de lado e, agora, � um dos timoneiros da tese de candidatura pr�pria.
Outro epis�dio mais recente aconteceu ap�s o an�ncio do aumento dos servidores, quando quase passou despercebida uma frase do governador lembrando que n�o seria “irrespons�vel como outros (governadores) que deram aumento (em patamares astron�micos) porque iam sair e deixaram para os sucessores pagar”.
Ricardo n�o citou nomes. Apenas disse que os exemplos foram muitos pa�s afora. Ele poderia estar se referindo ao ex-governador Jos� Maranh�o (PMDB), no caso dos reajustes pr�-eleitorais dos servidores e at� da famosa PEC 300 dos policiais. Mas, todos sabem que C�ssio, pr�ximo de deixar o cargo por decis�o da Justi�a Eleitoral, mandou para a Assembleia Legislativa aprovar mais de uma dezena de PCCRs que resultaram em aumento real para v�rias categorias. E quem pagou foi Maranh�o, exatamente como indiretamente exp�s o atual governador.
E assim caminham as duas principais lideran�as do Estado. Se resolverem continuar juntos, talvez Ricardo e C�ssio devam adotar aquela famosa m�sica do cantor sertanejo Leonardo durante a campanha eleitoral. At� porque, a rela��o “entre tapas e beijos” � muito comum �hoje em dia, n�o s� na vida conjugal, mas tamb�m na pol�tica.