Retirada de placas do Governo do Estado continua rendendo e pode “respingar” na candidatura de Cartaxo

O prefeito Luciano Agra é um homem determinado. Daqueles que quando bota uma coisa na cabeça, ninguém segura. Mas, medidas de força nunca foram bem vistas, muito menos durante uma campanha eleitoral. Quem não lembra o que aconteceu com o próprio Agra, no episódio do Aeroclube? O prefeito só não saiu mais chamuscado porque venceu a “guerra da comunicação”.

A situação agora é mais delicada. A secretária de Comunicação Municipal, Marly Lúcio, bem que tentou justificar a retirada das placas com publicidade de obras do Governo do Estado. Disse que o material só foi recolhido porque estava posto de forma irregular. E que os responsáveis poderiam repor a propaganda, desde que corrigissem o problema.

Ora, se as placas continham falhas sanáveis, por que não notificar os responsáveis para corrigi-las? Na persistência do problema, poderia a Prefeitura de João Pessoa multar os responsáveis e, por último, retirar o material. Mas, não. A Prefeitura, através do setor competente, preferiu inventar uma operação “especial” denominada de “Visual Limpo”, para agir de forma abrupta, sem pensar nos desdobramentos.

O que a secretária não conseguiu explicar, nem o prefeito, foi o fato dessa operação ter surgido logo agora, quando o governador Ricardo Coutinho anunciou investimentos da ordem de R$ 1 bilhão em obras, na Capital, e espalhou placas publicitárias em tudo que é canto. Não souberam justificar por que, antes do período eleitoral, placas de toda ordem e tamanho, inclusive da própria administração municipal, ficaram expostas sem serem incomodadas pelo tão competente setor da prefeitura responsável pelo “visual” da cidade. Portanto, não tiveram como disfarçar o interesse em barrar a investida do Governo do Estado.

Não se sabe se houve tempo de a população ver as placas, mas certamente o eleitor está observando a postura da atual gestão municipal, cada vez mais sedenta do fracasso da gestão estadual. Mas, é certo que, se a publicidade das obras não ajudar a candidata do governador, com certeza a retirada das placas também não ajudará o candidato do prefeito.

 

Prefeito Luciano Agra pode acabar prejudicando candidatura do PT na Capital

Roberto Cavalcanti pode ser vice na chapa do PT

A guinada do PRB para a candidatura de Luciano Cartaxo (PT) não foi à toa. Como bom e esperto pastor, Juthay Magalhães não arriscaria seu posto de presidente da Junta Comercial do Estado apoiando um dos principais desafetos do governador Ricardo Coutinho. Ou não foi Luciano Cartaxo e seus aliados que tiraram o PT do palanque do PSB em João Pessoa?

Pois bem, se Juthay levou suas ovelhas para o até então inexpressivo rebanho petista, deve ter na manga algum trunfo, alguma garantia de que, pelo menos, manterá o seu “status quo”. E esta garantia pode estar entre as próprias ovelhas aparentemente comandadas pelo pastor.

Desde que encerrou o mandato de senador, o empresário Roberto Cavalcanti é citado como opção para disputar cargos públicos. Foi assim em 2010, quando rejeitou convites para ser vice ou até tentar vaga na Câmara dos Deputados. Depois, passou a ser cotado para concorrer à Prefeitura de João Pessoa. Como o seu partido decidiu apoiar Cartaxo, o projeto foi arquivado. Mas, nada o impede de se candidatar a vice-prefeito.

Pode ser esse o trunfo do pastor. Com Roberto Cavalcanti disputando a vice na chapa do PT, Juthay pode estar apostando numa suposta “imunidade”, diante do poderio do Sistema Correio de Comunicação.

Afinal de contas, não se sabe até que ponto o governador teria interesse em retaliar o PRB.

Pesquisas ameaçam candidatura de Luciano Cartaxo

Num momento em que o PT discute a possibilidade de apoiar nomes do PSB em várias capitais brasileiras, para ter os socialistas no palanque de Fernando Haddad, em São Paulo, eis que a pré-candidatura do petista Luciano Cartaxo a prefeito de João Pessoa demonstra sinais de cansaço.

Antes que os mais radicais atirem a primeira pedra, não sou eu que estou dizendo. São os números das pesquisas. Na mais recente, divulgada pelo Jornal da Paraíba, Cartaxo aparece com apenas 7%, seja num cenário com Estelizabel Bezerra ou em outro com Luciano Agra como candidato do PSB.

A diferença é que, no primeiro caso, o petista bate a socialista, que tem só 5% das intenções de voto, ficando em terceiro lugar. Quando se coloca o nome do atual prefeito, Cartaxo cai para quarto lugar com três pontos percentuais a menos que Agra.

Venhamos e convenhamos, a expectativa criada sobre o pré-candidato do PT após ele conseguir dobrar o grupo do deputado Luiz Couto, estimulando a militância quanto à possibilidade de vitória nas urnas, não combina com 7% das intenções de voto, seja em que pesquisa for.

Para manter acesa tal perspectiva, bem como a euforia dos petistas mais afoitos, precisaria Luciano Cartaxo estar num patamar superior a 10%. Mesmo assim, ainda ficaria bem distante dos dois líderes: José Maranhão (19% e Cícero Lucena 17%).

Diante do quadro, fica a dúvida: será que a candidatura de Luciano  Cartaxo resiste a mais uma rodada de pesquisa? Luiz Couto e sua turma apostam que não.