A bancada governista ainda é, pelo menos oficialmente, minoritária na Assembleia Legislativa. São apenas 14 dos 36 deputados, na contabilidade do próprio líder Hervázio Bezerra (PSDB). Mesmo assim, o empréstimo da Cagepa desta vez deve ser aprovado sem problemas graças a um trunfo que o governador Ricardo Coutinho (PSB) guarda escondido na manga. Aliás, na manga não: na bancada de oposição.
Ricardo espera contar com votos de ex-aliados para vencer a batalha em plenário, a começar com deputados do Partido Ecológico Nacional do presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Marcelo. O líder do partido, José Aldemir, já declarou que repetirá o voto pela aprovação do empréstimo, a exemplo Branco Mendes e de João Gonçalves, que foi mais longe: admitiu voltar à bancada governista.
Dos dez deputados do PEN, apenas Janduhy Carneiro e Aníbal Marcolino, considerados mais radicais, continuam defendendo a rejeição da proposta.
Peemedebistas também admitem votar a favor do empréstimo. Gervasio Maia, Márcio Roberto e até Trócolli Júnior já adotam discurso mais ameno em relação ao tema. Trócolli, aliás, alertou hoje o PMDB sobre a possibilidade de debandada de lideranças do partido. Após a declaração, aumentaram os rumores de sua suposta reaproximação da Granja Santana.
Enfim, o quadro atual é amplamente favorável ao governo, diferentemente da votação anterior, e tem arrancado largos sorrisos do líder Hervásio Bezerra. Não apenas pela possibilidade de aprovação do empréstimo, mas pela iminente mudança numérica em sua bancada a partir do resultado dessa votação. É só aguardar.