Cícero Lucena luta, com unhas e dentes, para disputar a reeleição em 2014. O fato é público e notório, confirmado pelo próprio senador. Por isso ele tenta, também a todo custo, convencer o senador Cássio Cunha Lima a disputar o Governo do Estado, caso tenha condições jurídicas, rompendo a aliança com o governador Ricardo Coutinho (PSB). Com Cássio candidato – e somente assim – Cícero teria espaço na chapa do PSDB para concorrer ao Senado Federal. Certo? Errado.
O deputado estadual Antonio Mineral, companheiro de partido dos dois senadores, tem entendimento diferente. Ele acha que essa insistência de Cícero em lançar Cássio candidato a governador nada mais é do que pressão para buscar “uma vaguinha” na chapa do governador Ricardo Coutinho (PSB). “Cícero sabe que Cássio não pode ser candidato. Por isso quer unir o partido para ser indicado candidato a senador na chapa de Ricardo. Ele só quer uma vaguinha mesmo”, avalia.
Mineral fala com conhecimento de causa. Segundo ele, em 2010 Cássio ofereceu a segunda vaga de senador para evitar o “racha” no PSDB e Cícero não aceitou, preferindo se alinhar ao PMDB sob o argumento de que Ricardo não cumpriria os compromissos assumidos, caso fosse eleito. “Cícero não quis a vaga de senador porque não confiava em Ricardo. Agora, ele não tem escolha. Por isso tenta se valorizar utilizando o nome de Cássio”, sustentou.
Se o deputado tucano estiver certo, é bom avisar logo aos demais pretensos candidatos ao Senado, a exemplo do vice-governador Rômulo Gouveia e do ex-senador Efraim Morais, dois aliados de primeira hora do governador. É recomendável também preparar a opinião pública para ver, no mesmo palanque, Ricardo e Cícero. Para quem não lembra, os dois trocaram graves acusações em campanhas eleitorais anteriores.