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Com o apoio da maioria dos deputados da bancada da Para�ba, o plen�rio da C�mara dos Deputados aprovou ontem, quarta-feira, por 330 votos a 141 e 1 absten��o, o financiamento privado de campanhas com doa��es de pessoas f�sicas e jur�dicas para os partidos pol�ticos e com doa��es de pessoas f�sicas para candidatos.
Da Para�ba, apenas dois deputados votaram contra a proposta, s�o eles: Luiz Couto (PT) e Dami�o Feliciano (PDT).
O texto aprovado � uma emenda � reforma pol�tica (PEC 182/07) apresentada pelo l�der do PRB, deputado Celso Russomanno (SP), que atribui a uma lei futura a defini��o de limites m�ximos de arrecada��o e dos gastos de recursos para cada cargo eletivo.
Pela emenda, o sistema permanece misto � com dinheiro p�blico do Fundo Partid�rio e do hor�rio eleitoral gratuito � e privado, com doa��es de pessoas e empresas.
A aprova��o da emenda ocorreu em meio a protestos de deputados do PCdoB, do PT, do Psol e do PSB. Esses partidos avaliaram que houve uma manobra para reverter a derrota imposta na ter�a-feira pelo Plen�rio �s doa��es de empresas �s campanhas. Os deputados rejeitaram a emenda que autorizava as doa��es de pessoas f�sicas e jur�dicas para candidatos e partidos.
A sess�o desta quarta-feira chegou a ser suspensa para uma conversa reservada entre os l�deres partid�rios e o presidente da C�mara, Eduardo Cunha. Houve momentos de tens�o, com bate-boca entre deputados do PMDB e do PT.
Cunha decidiu colocar a emenda de Russomanno em vota��o por considerar que esse era o rito regimental. Ele disse ainda que, caso a emenda fosse rejeitada, o Plen�rio deveria votar o texto do relator da proposta, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tinha teor semelhante � emenda aprovada.
Acordo entre l�deres
A cr�tica dos descontentes se baseou no fato de Cunha ter dito na sess�o da noite anterior, antes da derrota da primeira emenda sobre o financiamento privado, que o texto principal n�o iria a voto, conforme o acordo de procedimento firmado entre os l�deres.
O presidente da C�mara esclareceu que fez �um coment�rio talvez equivocado�. “A Presid�ncia n�o est� descumprindo acordo feito com os l�deres. Na medida em que nenhuma emenda for aprovada, n�o restar� outra alternativa que submeter a voto o texto do relat�rio e n�o posso impedir que sejam votadas as emendas apresentadas�, afirmou.
Apoio do PMDB
A decis�o teve o apoio dos l�deres de PSDB, Pros, DEM, PR, PRB e de outras legendas menores. O l�der do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), argumentou que n�o houve tentativa de se votar o tema derrotado por se tratar de textos diferentes. O texto que perdeu autorizava doa��es de empresas a candidatos e partidos, enquanto o aprovado nesta quarta-feira permite as doa��es empresariais apenas aos partidos. “H� uma diferen�a substancial no m�rito”, disse Picciani.
Celso Russomano explicou que os deputados derrotaram o texto na ter�a por n�o concordar com doa��es de empresas diretamente a candidatos. �Muitos achavam que n�o estava certo o financiamento direto, que ele cria compromisso do candidato com a empresa, o que n�o � claro”, afirmou.
A decis�o foi criticada pelo deputado Glauber Braga (PSB-RJ). “Naquele momento [quando Cunha disse que n�o iria colocar o texto-base sobre financiamento em vota��o] n�o houve reclama��o porque os deputados achavam que eram vitoriosos. O Plen�rio n�o pode voltar a deliberar”, disse. Segundo ele, a nova vota��o traz inseguran�a para os parlamentares.
J� o l�der do PT, deputado Sib� Machado (AC), disse que a bancada rejeita o resultado da vota��o, mas n�o soube afirmar se h� possibilidade de ir � Justi�a contra a decis�o. �N�s ganhamos ontem [ter�a]. O que houve aqui n�o est� acobertado pelo acordo, inclusive para n�o obstruir. Como n�s ganhamos, n�o podemos compactuar com o que foi feito aqui. Deram um jeito de voltar a um assunto derrotado”, reclamou o l�der.
O deputado J�lio Delgado (PSB-MG) comparou a sess�o a um jogo de futebol. “Estamos vivendo um jogo de futebol. O dono da bola perdeu o jogo e est� tentando fazer o jogo de novo”, comentou.
STF e financiamento
Ao colocar na Constitui��o a permiss�o para doa��o de empresas a partidos, a inten��o dos deputados � impedir que esse modelo de financiamento seja colocado na ilegalidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A doa��o de empresas, autorizada por lei, � questionada por uma a��o proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Seis ministros do STF j� votaram contra o modelo de financiamento.
“O Parlamento teve consci�ncia de que n�o pode abrir m�o da sua prerrogativa de legislar”, disse o l�der do PMDB, deputado Leonardo Picciani. Ele avaliou que a popula��o n�o aceitaria apenas o financiamento p�blico, como defende o PT. “No Brasil, haveria um preju�zo grande de se tirar dinheiro do caixa do governo para financiar elei��o, a sociedade n�o reagiria bem a isso”, disse.
Para o deputado Rubens Pereira J�nior (PCdoB-MA), o �nico objetivo da reforma pol�tica pautada pela C�mara � resolver a pol�mica com o STF. “Mudan�a de sistema, fim da reelei��o, � tudo cortina de fuma�a. O objetivo � colocar na Constitui��o o financiamento empresarial. Essa vota��o � uma colet�nea de votos perdidos no Supremo. Perderam no Supremo e agora querem aprovar”, disse.
O Plen�rio continua a vota��o de outros temas da reforma pol�tica nesta quinta-feira (28), a partir do meio-dia.
CONFIRA VOTO A VOTO
DEM
EFRAIM FILHO � SIM
SD
BENJAMIN MARANH�O � SIM
PSDB
PEDRO CUNHA LIMA � SIM
PT
LUIZ COUTO – N�O
PDT
DAMI�O FELICIANO – N�O
PSD
ROMULO GOUVEIA – SIM
PR
WELLINGTON ROBERTO � SIM
PMDB
VENEZIANO VITAL – SIM
HUGO MOTA – SIM
MANOEL J�NIOR – SIM
PTB
WILSON FILHO – SIM
PP
AGUINALDO RIBEIRO – SIM
Com PBAgora