PSF Timbó II 1.jpg (Imagem Walla Santos)
Não é de hoje que a população reclama a falta de equipamentos, profissionais de saúde e até medicamentos nos Postos de Saúde da Família de João Pessoa. Até a ausência de dipirona, remédio comum e indispensável no tratamento da dor e da febre, foi registrada em visitas de autoridades e políticos aos PSFs, comprovando queixas dos moradores de vários bairros pessoenses.
Quando se esperava que os problemas diminuíssem, após intervenções da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados e do Conselho Regional de Saúde, eis que a situação parece ter piorado.
Funcionários do PSF do Timbó II confirmaram ao portal Clickpb a falta de material destinado à exames básicos necessários ao acompanhamento da saúde da mulher. Exames como o Papanicolau e o Citológico que diagnosticam, entre outras doenças, o câncer de colo de útero. De acordo com os denunciantes, o material estaria em falta em todos os postos de saúde da rede pública municipal e sem data para ser reposto.
O câncer do colo do útero é o segundo tipo que mais mata no mundo. O exame para detectar a doença requer a utilização de um espéculo vaginal, equipamento que estaria entre os indisponíveis nos PSFs de João Pessoa, de acordo com as denúncias. No Posto de Saúde da Família Timbó II, por exemplo, está sem o material para realizar o exame de Papanicolau e não existe sequer previsão para a reposição. Já o PSF do Costa e Silva informou que não está realizando o exame de prevenção do câncer de colo do útero porque a sala está interditada e não há previsão de quando voltará a ser feito.
Kit do espéculo vaginal
Em outras unidades consultadas, a enfermeira responsável estava de férias ou de licença e, por isso, o exame não estava sendo feito, como em Cruz das Armas e no bairro Ernesto Geisel. A reportagem do ClickPB encontrou apenas dois PSFs dentre os consultados via telefone que estão realizando o exame, nos bairros de Mandacaru e Tambiá.
Em uma rápida pesquisa na internet, uma caixa com cem espéculos descartáveis foi encontrada ao preço aproximado de R$ 150. O preço do material para a realização do exame é incomparavelmente menor do que o que será gasto pelo sistema de saúde pública no tratamento.
As informações apenas reforçam a visão de que o sistema público de saúde de João Pessoa funciona em situação caótica, bem diferente daquela prometida pelo então candidato Luciano Cartaxo em campanha e ostentada pelo atual prefeito. Ao invés de apresentar solução para os problemas, Cartaxo e sua equipe preferem fingir que nada está acontecendo e que a área de Saúde é sinônimo de excelência.
Mas, a mesma população que hoje denuncia as irregularidades existentes saberá distinguir as promessas das ações quando outubro chegar.
Com Clickpb