Pouco depois de perder a reeleição para o Senado, em outubro de 2018, o ainda senador Cássio Cunha Lima (PSDB) já preconizava que, mesmo sem mandato, seguiria a luta em defesa dos interesses da Paraíba. E assim vem fazendo. Tanto que, vez por outra, projeto de sua autoria se transforma em lei, beneficiando não somente a Paraíba, mas o país inteiro.
Com o prestígio que conseguiu em Brasília, durante o tempo em que foi senador, Cássio também intervém em outras esferas, como a ministerial, quando se trata de aprovar pleitos e liberar recursos federais ao Estado.
A solenidade de entrega dos imóveis do Complexo Aluísio Campos, nesta segunda-feira, em Campina Grande, mostrou o resultado do trabalho atual e do anterior, quando o tucano ainda desfrutava das atribuições e prerrogativas do mandato. Cássio foi mais aplaudido que o presidente Jair Bolsonaro, que o prefeito Romero Rodrigues e que a vice-governadora Lígia Feliciano que, por estar no local certo e na hora errada, acabou sendo vaiada.
No local certo porque Lígia, como boa campinense, torce pelo sucesso da cidade e não poderia deixar de prestigiar a entrega de obra tão importante. Na hora errada porque ela e o deputado Damião Feliciano, seu marido, sabiam que o ato seria, de uma forma ou outra, politizado e os dois estavam ali acompanhando uma realização dos adversários.
Voltando a Cássio, o tucano fez questão de lembrar o périplo da obra, iniciada no governo Dilma, continuada no governo Temer e inaugurada por Bolsonaro. Até aí, nenhuma surpresa. Ele sempre fez a mesma coisa com outras obras grandiosas, como a transposição do São Francisco.
Surpreso mesmo parecia o próprio Cássio, com recepção tão calorosa. E, quem esperava um recado do ex-senador sobre a disputa interna em seu grupo pela indicação para disputar a sucessão do primo, Romero Rodrigues, acabou frustrado e ouvindo apenas agradecimentos aos campinenses. Muitos agradecimentos.
O recado veio das ruas.