Deputado põe em xeque institutos de pesquisa e quer CPI para apurar denúncias de fraude e caixa dois

O deputado Tião Gomes é do tipo que não tem “papas na língua”, como se costuma dizer dos tagarelas de plantão. Quando cisma com uma coisa, não sossega enquanto não chega a um resultado que lhe satisfaça. Pois não é que Tião cismou com as pesquisas que estão sendo divulgadas na Paraíba.

Mais do que uma simples birra, Gomes encontrou “fortes indícios” de fraude e caixa dois entre o processo de contratação de institutos e a publicação do resultado de algumas pesquisas. Um motivo a mais para duvidar da seriedade de números que divergem em vários pontos percentuais, coincidentemente favoráveis aos contratantes das consultas.

Pelo menos dois exemplos chamaram a atenção do parlamentar. Em Sousa, duas pesquisas recentes deram 8% de vantagem a Lindolfo Pires e 2% a André Gadelha, respectivamente. No outro caso, o próprio Tião Gomes foi procurado por um instituto que lhe ofereceu pesquisas em Solânea e Bananeiras por R$ 25 mil, cada.

Ele não topou. Achou caro. Dias após, o mesmo instituto publicou pesquisas colocando os candidatos de Tião nas duas cidades com enorme desvantagem em relação aos adversários. Além disso, a consulta apontou 25% e 17% de indecisos. Números altos para uma reta final de campanha.

Desconfiado, Tião agora quer saber como funciona exatamente essa mágica de “inversão de favoritismo”, dependendo da circunstância. Vai sugerior, além de uma CPI na Assembléia Legislativa, outra investigação do Ministério Público e da Receita Federal para saber a origem do dinheiro que custeam pesquisas tão caras, principalmente para candidatos muitas vezes com poucas condições financeiras.

Mesmo que diante de um interesse de cunho pessoal, o parlamentar acabou pondo “o dedo na ferida” que muita gente já descobriu, mas ninguém teve coragem de medicar. Um problema que realmente carece de uma solução cirúrgica.

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