Hector Hernandez, 47 anos, sempre foi um cara grande. Então, quando sua barriga começou a crescer, achou que era normal. “Eu apenas pensei que era gordo”, disse ele ao jornal NY Times. Quem o via, pensava que era barriga de cerveja. Um dia um homem o abordou em uma loja de conveniência perto de sua casa, em Downey, na Califórnia, dizendo que ele deveria parar de beber.
Acontece que Hernandez não bebe, tampouco come muito. Tentou dietas a base de vegetais, mas nada da barriga diminuir. “Eu usava grandes jaquetas para tentar encobrir, mas era muito perceptível”, contou. “Meu estômago ficava entre as minhas pernas.”
Ao mesmo tempo que sua barriga já estava parecendo uma “bola de praia”, o resto de seu corpo ficava cada vez mais magro. Foi um ano e meio convivendo com a incômoda situação até que procurou um médico, em 2016. O profissional, no entanto, apenas disse que algumas pessoas “ganham peso de forma diferente”.
Somente no ano seguinte foi buscar uma segunda opinião e descobriu o que havia de errado com ele: um tumor crescia descontroladamente em seu corpo, chegando a ter 34 quilos. Os testes revelaram que Hernandez tinha lipossarcoma, uma forma rara de câncer que se origina nas células adiposas.
Embora não sentisse dores, ele sofria com pressão alta e estava com falta de ar, constipação e azia constante, todos os sintomas que agora podem ser atribuídos ao sarcoma.
Foram necessárias seis horas de cirurgia no hospital da Universidade do Sul da Califórnia, para que o dr. William Tseng, um dos poucos médicos dos Estados Unidos especializados em remover grandes sarcomas de partes moles, retirasse o tumor. “É o maior que já vi”, disse Tseng ao NY Times, acostumado a lidar com tumores pesando de 9 a 13 quilos no máximo.
Felizmente, a “fera gigante de crescimento lento” não se espalhou para outras partes do corpo de Hernandez, disse Tseng, mas a equipe cirúrgica teve que remover um de seus rins. “O tumor o engoliu, basicamente”, disse Hernandez sobre o rim. “Não estava mais funcionando.”
Por outro lado, Hernandez foi informado de que o lipossarcoma provavelmente retornará. Se isso acontecer, pode se tornar mais agressivo. A única solução é mais cirurgia, disse Tseng, acrescentando que espera que esse tipo de doença – embora incomum – seja submetido a mais pesquisas. “Precisamos desesperadamente de algo melhor do que a cirurgia.”
Hernandez será submetido a exames de tomografia a cada quatro meses para monitorar sua condição, mas, desde a cirurgia, não sente mais os sintomas e está “90%” de volta ao normal.
Só que agora ele tem que lidar com outro grave problema: restaram agora as despesas médicas, tanto que criou uma página de financiamento coletivo para tentar arrecadar US$ 10 mil para pagar a conta. Em quatro meses, no entanto, conseguiu apenas US$ 2 mil.