Quem acredita em pesquisas eleitorais?

O título acima cai “como uma luva” no quadro eleitoral registrado em João Pessoa, onde novos institutos e pesquisas surgem, diariamente, muito mais para confundir e manipular a consciência do eleitor do que para informar a real preferência em relação aos candidatos a prefeito.

Antes que alguns se apressem no julgamento, não estou aqui desmerecendo instituto A ou B, nem o trabalho de seus responsáveis. Estou apenas expondo a constatação de toda sociedade paraibana, que se sente, no momento, enganada por um bombardeio de números que, como disse no início, servem apenas para tumultuar as ideias dos que escolherão o futuro gestor da Capital.

Se os institutos explicassem a causa da enorme discrepância nos números, talvez até os mais céticos mudassem de ideia. Poderiam até mudar a intenção de voto, como sugerem algumas dessas pesquisas. Seria a metodologia utilizada? Ou seria a orientação de quem paga o trabalho? Ninguém sabe. Ninguém sabe, ainda, como explicar o crescimento de um candidato dez, quinze pontos percentuais em apenas duas semanas? Que fato teria levado tantos eleitores a mudar de opinião em relação aos postulantes em tão pouco tempo?

Tais perguntas caberiam também numa situação inversa, onde candidatos até então líderes em todas as pesquisas apresentassem uma queda nessa proporção na preferência do eleitorado. Seria uma verdadeira catástrofe eleitoral.

O descrédito nas pesquisas eleitorais, pelo menos na Paraíba, não é de hoje. Nem foi a primeira vez que mudanças bruscas imediatas deixaram perplexos até os próprios entrevistados. Quem não lembra da “boca de urna” do Ibope, dando a vitória a José Maranhão em 2010? E o caso dos questionários recentemente encontrados com pesquisadores sem o nome da candidata Estela Bezerra? Por pura coincidência, do mesmo instituto. E a proibição da pesquisa divulgada pelo Sistema Tambaú de Comunicação? Se formos mais a fundo, teremos muitos outros exemplos.

O pior é que, com tantos números divergentes, é provável que algum desses institutos “acerte” o resultado da eleição e tire proveito disso. Em compensação, muitos outros serão “reprovados” e ajudarão a ampliar a falta de confiança do eleitor nas pesquisas. A não ser que… Bem, não cabe a mim adotar as providências cabíveis para que essa situação mude. 

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