O rompimento poltico do senador Cssio Cunha Lima (PSDB) com o governador Ricardo Coutinho (PSB) demorou a ser oficializado, embora representantes das duas lideranas polticas j tratassem a relao como “caso perdido” entre o final de 2013 e o primeiro semestre de 2014, ano das eleies. Foram aliados de primeira hora como o prefeito de Guarabira, Zenbio Toscano, que “comandaram” o processo de afastamento, reclamando do tratamento que recebiam do Palcio da Redeno.
Cssio assimilou o recado e, por pouco, no superou Ricardo nas urnas, vencendo no primeiro e perdendo no segundo turno. Alis, foi o governador, montado numa mega estrutura de reeleio, quem desbancou o favoritismo do tucano nas pesquisas. Na quela poca, Cssio ignorou o poderio do desacreditado e dividido PMDB. E deu no que todo mundo j sabe.
Trs anos depois, a histria se repete. Agora adversrios ferrenhos do governador, cassistas de primeira grandeza empunham a bandeira do tucano, defendendo sua candidatura. O mesmo Zenbio, repete o refro de 2013, revelando “presso das bases” por sua candidatura ao Governo do Estado. Diferente das eleies de 2014, o PSDB conta hoje com dois fatores importantes a seu favor: Ricardo no disputar reeleio e o PMDB, ao que tudo indica, continuar na Oposio. Sem contar que o governador no tem ainda nome escolhido para tentar suced-lo.
A oferta atrativa. Na pior das hipteses, deve ser avaliada com carinho. Mas, no nica. Cssio tem hoje uma imagem nacional. Deixou de ser uma liderana local. Como senador, lder do PSDB, tem acesso fcil todas as fontes de poder em Braslia. Alm disso, cotado para presidir o partido, com apoio de Acio Neves, e tem proximidade com o Planalto da “era Temer”. No seria fcil abrir mo de tudo isso para se arriscar num processo eleitoral desgastante e imprevisvel, mesmo que atraente. Muito mais cmodo, seria tentar a reeleio.
Bem mais maduro que em 2014, Cssio joga com o tempo. Prefere aguardar os fatos, alimentando inclusive a possibilidade de outro nome concorrer sucesso estadual, desde que represente a unidade das oposies. O senador deve retardar sua deciso at o ano que vem, quando teremos um quadro poltico e econmico mais claro do Brasil e da Paraba. Alm, claro, de ouvir a voz rouca das pesquisas.