O deputado federal Benjamin Maranho tem todo direito de seguir carreira solo. Tem todo direito de se desligar do tio, acabando com uma dependncia poltica que, para muitos, parecia eterna. Ningum pode lhe condenar tambm por reivindicar a renovao do mandato, um direito assegurado nas regras eleitorais e partidrias.
O que talvez o jovem parlamentar no esteja calculando so os custos de sua deciso, abandonando o partido que lhe deu mandatos e projeo poltica e o tio que, em todas as ocasies, lhe proporcionou condies estruturais e eleitorais para que chegasse onde chegou. Em que pese alguma mgoa que guarde do episdio da Operao Sanguessuga, Benjamin tem noo do estrago que est causando. Talvez por influncia de terceiros, interessados em uma “carona” eleitoral e partidria, no esteja admitindo isso, no momento.
Benjamin reclama de supostos riscos eleitorais que correria se ficasse no PMDB, caso Maranho decidisse mesmo disputar um mandato de deputado federal. Mas, talvez, se analisasse friamente, veria que pode correr os mesmos riscos, maiores at, com a deciso que tomou. No novato Partido da Solidariedade, Beijinha depender de coligao com outras legendas para ter expectativa de vitria, levando-se em conta o elevado coeficiente eleitoral. essa realidade que ter de enfrentar de agora em diante.
Se for reeleito, o sobrinho de Maranho estar “de alma lavada”, podendo bater no peito e afirmar que estava com a razo quando optou pelo grito de independncia. Se perder, ter que conviver com o drama eterno de ter destroado a famlia e prejudicado seu partido de origem em nome de projetos pessoais.