Aps a deciso ontem (01) da presidente Dilma Rousseff (PT), de nomear o deputado federal, Marcelo Castro (PMDB-PI), como o novo ministro da Sade, uma ala do partido lana um manifesto contra barganha em reforma ministerial. Castro, vinha disputando junto com o deputado paraibano Manoel Junior, a preferncia da presidente para compor os quadros ministeriais, mas, na noite da quinta, o piauiense obteve a predileo de Dilma.
Logo aps a divulgao na imprensa, um grupo de 22 dos 66 deputados do PMDB divulgou ainda ontem um manifesto no qual se declaram contrrios indicao de ministros do partido na reforma administrativa que ser anunciada em breve pela presidente Dilma Rousseff. A expectativa que a legenda fique com sete pastas no novo modelo
“Nosso posicionamento em plenrio no depender desse tipo de barganha por cargos”, escrevem. A posio fortalece a viso do presidente da Cmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que mais cedo voltou a dizer que defende a sada da sigla da administrao federal e que a negociao o constrangia.
“No estou participando e no da minha alada a distribuio de cargos que est sendo feita, pelo contrrio, constrange-me o meu partido, o PMDB, estar (participando)”, afirmou. Os deputados destacam a atual crise econmica e afirmam que ela “resultado de escolhas erradas das polticas do governo”.
“Agora, o governo, sem apontar um caminho claro, rende-se a um jogo poltico pautado pela presso de cargos, num leilo sem qualquer respaldo em projetos ou propostas, sem conseguir apontar um horizonte de esperana para o povo brasileiro”, diz o documento. Os peemedebistas dizem discordar “de qualquer negociao de cargos no governo, a qualquer ttulo”.
“No com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve ser enfrentada”, afirmam. Assinam o manifesto os deputados Alceu Moreira (RS), Baleia Rossi (SP), Carlos Marun (MS), Celso Maldaner (SC), Darcsio Perondi (RS), Dulce Miranda (TO), Edinho Bez (SC), Flaviano Melo (AC), Geraldo Resende (MS), Jarbas Vasconcelos (PE), Jos Fogaa (RS), Josi Nunes (TO), Laudvio Carvalho (MG), Lcio Vieira Lima (BA), Mauro Mariani (SC), Osmar Serraglio (PR), Osmar Terra (RS), Rogrio Peninha Mendona (SC), Ronaldo Benedet (SC), Roney Nemer (DF), Valdir Colatto (SC) e Vitor Valim (CE).
Apesar de a agremiao compor a base do Poder Executivo, inclusive com a presena do vice-presidente Michel Temer, os congressistas alegam que no so responsveis pela atual crise, pois afirmam que o PMDB nunca participou das decises da Presidncia da Repblica. “As decises polticas estratgicas nacionais, ao longo desses ltimos anos, foram tomadas exclusivamente pelo PT.”
De acordo com os deputados, o documento tem o “anseio” de fazer com que o partido reflita e “oferea outro tipo de contribuio ao Brasil”. Cunha, que em encontro com Temer nesta quinta-feira (1/10) defendeu que a legenda no deve ficar com pastas no redesenho da Esplanada dos Ministrios, tem explicitado, frequentemente, a vontade de que a sigla rompa com a gesto Dilma.
O presidente da Cmara cortou as relaes com o Palcio do Planalto em julho, quando atribuiu ao governo a responsabilidade pelas acusaes contra ele no caso do esquema de corrupo da Petrobras investigado pela Operao Lava-Jato.