A poltica dinmica, como diria Manoel Gaudncio, mas tambm suja. Alis, os polticos a fizeram assim. Em campanhas eleitorais, comum o surgimento de escndalos para detratar e at comprometer candidaturas. Muitas vezes, com denncias sem fundamento. O ex-deputado Carlos Dunga foi uma das vtimas de tantos processos difamatrios j registrados na poltica paraibana.
Dunga foi acusado de envolvimento com a chamada “Mfia das Ambulncias”, responsvel pela compra superfaturada de veculos para uso de Prefeituras paraibanas na rea de Sade. O episdio ficou conhecido como “Escndalo dos Sanguessugas”. Na poca, Dunga era deputado federal e estava entre os mais citados para, no mnimo, disputar a reeleio. Diante do “massacre” pblico a que foi submetido, acabou desistindo de disputar o pleito seguinte.
“No podia disputar uma eleio enquanto um s prefeito paraibano tivesse dvida da minha inocncia”, justificou Dunga.
A consumao da inocncia s veio agora, 14 anos aps o episdio, quando a 4 Turma do Tribunal Regional Federal da 5 Regio reconheceu que Dunga no teve nenhuma participao no esquema que fraudava licitaes para a aquisio de ambulncias com o dinheiro de emendas parlamentares. Na Justia da Paraba, ele havia sido condenado com a perda do cargo pblico; proibio de contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios pelo prazo de dez anos; suspenso dos direitos polticos por oito anos e multa.
Aniversariante no ltimo dia 7, Dunga disse que a alegria de ver seu nome inocentado foi maior que quando completou nova idade. Ele agradeceu ao advogado Newton Vita e seus colegas, responsveis pela defesa, alm dos trinta prefeitos e um juiz que foram suas testemunhas no processo. Ao invs da mgoa com a injustia, Dunga preferiu lembrar da alegria dos injustiados ao verem a verdade vir tona.
Mas, diante de uma situao dessas, fica sempre a pergunta no ar: quem vai pagar pelo prejuzo que Dunga teve?