Cássio Cunha Lima defende prova para médicos estrangeiros e discussão sobre alterações nos cursos de medicina

Cássio quer que mudanças nos cursos de medicina sejam debatidas (Foto de Assessoria)

Cássio quer que mudanças nos cursos de medicina sejam debatidas (Foto de Assessoria)

A instalação de comissão responsável por debater, no Congresso Nacional, a medida provisória do programa “Mais médicos” foi adiada. Ela estava prevista para ocorrer nesta quarta-feira (17/07), mas não foi concretizada por falta de congressistas na Casa.

Mesmo assim, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) já apresentou emendas à Medida Provisória 621/2013. Editada semana passada, a MP permite o ingresso de médicos estrangeiros, sem necessidade de revalidar o diploma, para atuarem por um período determinado em regiões onde há falta de profissionais. O texto enviado pelo Executivo cria ainda uma espécie de segundo ciclo para a graduação de medicina, em que estudantes teriam que ficar dois anos trabalhando no SUS (Sistema Único de Saúde).

Cássio é contrário às duas medidas: tanto ao ingresso de médicos estrangeiros desobrigados de prestar prova para revalidar o diploma, quanto à exigência de que graduandos de medicina sejam obrigados a trabalhar dois anos para o SUS.

EXAME E CRM – Além da prova de revalidação do diploma, o senador paraibano também quer que os médicos estrangeiros procedam à devida inscrição nos Conselhos Regionais de Medicina (CRM).

— Se a legislação brasileira prevê exigências aos médicos formados no Brasil, a fim de zelar pela qualidade e eficiência dos serviços que serão prestados, é necessário que os médicos estrangeiros também sejam obrigados a revalidar seus diplomas, bem como procedam à devida inscrição perante o CRM, de conformidade com as exigências legais – justifica.

O senador apresentou emenda para que fique instituído o “Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Universidades Estrangeiras” e que a prova, para cuja elaboração deve participar o Conselho Federal de Medicina, seja realizada em duas etapas. Cássio explica que “garantir o ‘Revalida’ em lei é garantir mais agilidade e qualidade no processo de convalidação de diplomas médicos obtidos no exterior”. E complementa: “A revalidação do diploma é condição imprescindível para que estrangeiros possam exercer a medicina em território nacional”.

TEMPO DE FORMAÇÃO – Cássio também apresentou emenda visando a que médicos estrangeiros precisem comprovar conhecimentos de língua portuguesa e apresentar “Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros”, o Celpe-Bras, que é, conforme explica, o instrumento legal existente para aferir o domínio da língua portuguesa.

Quanto à mudança no tempo de formação dos médicos brasileiros, o senador diz que “a MP apresenta inovações muito radicais, que não foram sequer minimamente discutidas com a categoria, e amplia em 30% o tempo de graduação dos médicos”. O senador diz que “pairam severas dúvidas sobre a constitucionalidade dessa matéria” e propõe debate para aprofundar o tema:

— Uma proposta com tantas implicações e mudanças precisa, preliminarmente, ser amplamente discutida com todos os atores interessados e submetida, através de projeto de lei, ao Congresso Nacional, onde será aprofundado o debate, com a possibilidade de seu aperfeiçoamento – finaliza Cássio Cunha Lima. Ou seja, para o senador paraibano, o caminho não pode ser medida provisória goela abaixo de centenas de milhares de estudantes de medicina no Brasil.

Detalhe: o Congresso tem prazo regimental de 45 dias para analisar a medida provisória. A partir de 6 de setembro, a proposta passa a obstruir a pauta da Câmara.

Assessoria

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