No incio, chegou-se a alimentar a impossibilidade jurdica do atual presidente Ricardo Marcelo (PEN) disputar um novo mandato para comandar a Assembleia Legislativa. Pouco depois, dirimiu-se a dvida porque, em se tratando de uma nova legislatura, Ricardo no estaria concorrendo a mais uma reeleio, como se pensava. Com a querela jurdica esclarecida, a preo de hoje no h como negar a tendncia da oposio e, consequentemente, da maioria dos parlamentares, de votar em Marcelo.
Diante do quadro, o governo tem duas opes: aceitar essa condio e compor uma chapa ecltica, sem a necessidade de disputa, ou bater chapa, transformando o Poder Legislativo num novo campo de batalha, semelhante ao das eleies de outubro. Pelo que se observa das primeiras manifestaes palacianas, a segunda hiptese est muito mais prxima que a primeira. A deputada Estelisabel Bezerra (PSB), brao direito do governador, vem defendendo abertamente mudana no comando da Assembleia, tese cultuada pelo prprio chefe do Executivo.
Alm disso, pelo menos dois deputados – Tio Gomes (PSL) e Adriano Galdino (PSB) – j colocaram seus nomes disposio para concorrer com Ricardo Marcelo, outro sinal de que a disputa est bem mais prxima que a composio de foras.
Na democracia, a disputa salutar. O problema maior de um enfrentamento entre governo e oposio no a eleio em si, mas as consequncias dessa disputa. No primeiro mandato, Ricardo Coutinho passou por srios problemas para governar por conta da pssima relao entre Executivo e Legislativo. O distanciamento poltico entre ele e Ricardo Marcelo prejudicou apenas o Estado. Todos sabem disso. Se a “corda esticar” novamente, muito provvel que o cenrio se repita, independente de quem for vencedor da eleio da Mesa.
Certamente, os paraibanos – governistas e oposicionistas – torcem para que isso no ocorra.