Dizem que a vingança é um prato que se come frio. Talvez o pensamento explique a postura que o deputado federal Veneziano Vital do Rego (PMDB) resolveu adotar. Um ano depois de ter sido forçado a abrir mão da candidatura a governador pelos próprios companheiros de partido, Veneziano mostra que tem boa memória e não perdoa seus algozes. O Cabeludo decidiu botar em prática a “operação vingança”, oferecendo a alguns companheiros o mesmo veneno que lhe fora dado em 2014.
E parece que Vené escolheu a cidade de Sousa como ponto de partida. O prefeito André Gadelha integrou o grupo que “queimou” a pré-candidatura do companheiro de partido no ano passado e fez coro pela substituição de Veneziano, até que o PMDB escolheu Vitalzinho. Apesar de ceder a vaga ao irmão, Veneziano não “digeriu” até hoje a atitude dos correligionários. E quer dar o troco.
Veneziano prega, em alto e bom som, a saída imediata de Gadelha do PMDB. Além do “engasgo” de 2014, o ex-prefeito campinense arranjou outro bom motivo para defenestrar Gadelha do partido: Zenildo Oliveira. Cotado para disputar a Prefeitura de Sousa no ano que vem, o empresário passou a ser “a menina dos olhos” do Cabeludo na cidade sorriso. Por razões mais que óbvias, Veneziano quer empurrar André para o PSC, onde está a maior parte da família Gadelha.
Mas, nem só de Sousa vive a “operação vingança” de Vené. Lideranças de outras cidades como Manoel Júnior (Pedras de Fogo), Trócolli Júnior (João Pessoa), Gervasio Maia (Catolé do Rocha) e Raniery Paulino (Guarabira) também bombardearam a candidatura do PMDB. Alguns chegaram a defender que o partido não lançasse candidato, apoiando o atual governador Ricardo Coutinho (PSB) já no primeiro turno.
Como Vené tem boa memória, é muito provável que também invista contra outras lideranças e seus aliados. O que não se sabe ainda é o tamanho do cacife do Cabeludo para essa batalha. Nem se o senador José Maranhão, presidente do PMDB, vai avalizar suas investidas.
Agora, que o PMDB continua dividido, isso ninguém duvida.