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O vereador Helton Renê (PC do B) creditou os problemas entre a bancada governista e o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) à “falha na comunicação”. Renê alegou que havia uma “demanda reprimida” de reivindicações que não teria chegado ao prefeito e, portanto, ficou sem atendimento. Ainda segundo o líder governista, na reunião desta quarta-feira, Cartaxo teria “desovado” a maior parte dessas pendências, debelando de vez qualquer foco de “incêndio” ou insatisfação em sua base.
Que havia uma “demanda reprimida”, ninguém duvida. E não é com uma reunião apenas que o prefeito vai resolver a questão porque os problemas são muitos. Enquanto se busca solução para uns, outros surgem naturalmente. Isso faz parte do processo. Tanto que o próprio Cartaxo anunciou encontros mensais com a bancada. Discordo também da alegação do líder de que a culpa é da comunicação do Executivo. Não vejo por esse ângulo.
A responsabilidade cabe à própria bancada, através de sua liderança. Na Câmara Municipal, é Hélton Renê quem ouve as queixas dos vereadores e a quem cabe levá-las ao chefe do Executivo para resolvê-las. Mesmo que Renê tenha cumprido integralmente seu papel, não caberia jogar o ônus da insatisfação da base governista no secretário Josival Pereira, que, ao que me consta, vem fazendo um bom trabalho em sua pasta.
Bem mais próximo dos vereadores, neste aspecto, estaria a Secretaria de Articulação Política, leia-se Zenedh Bezerra, responsável pela “ponte” na relação com o prefeito. O papel da Comunicação é cuidar da imagem institucional do Chefe do Executivo e da gestão. E não da imagem política, embora na prática a história seja outra.
O líder, portanto, deve analisar melhor os cenários antes de apontar responsáveis, sob pena de criar mais problemas que soluções com base em injustiças.