No depoimento que prestou nesta quarta-feira, dia 1, Justia Eleitoral, o empresrio Marcelo Odebrecht disse que se sentia o bobo da corte do governo federal. Ao falar sobre a situao da empreiteira baiana que leva seu sobrenome, o ex-presidente do conglomerado demonstrou descontentamento por ser obrigado a entrar em projetos e empreendimentos que no desejava e bancar repasses s campanhas eleitorais, sem receber as contrapartidas que julgava necessrias.
Marcelo Odebrecht declarou que mantinha contato frequente com o alto escalo do governo como Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, com quem disse negociar repasses a campanhas eleitorais.
Eu no era o dono do governo, eu era o otrio do governo. Eu era o bobo da corte do governo, afirmou Marcelo Odebrecht, segundo relatos colhidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. O empresrio tambm se mostrou incomodado por divergncias com seu pai, patriarca e presidente do Conselho de Administrao do Grupo Odebrecht, Emlio Odebrecht, na forma de apoio ao governo.
No depoimento, Marcelo Odebrecht falou com naturalidade do caixa 2 nas campanhas eleitorais, defendeu a legalizao do lobby e disse que a Odebrecht no era a nica empresa a usar doaes para conquistar apoios polticos. Segundo ele, o uso de dinheiro de caixa 2 em campanhas eleitorais algo natural, mas que, de alguma forma, envolve tambm o pagamento de propinas.
Condenao
Em maro do ano passado, Marcelo Odebrecht foi condenado pelo juiz federal Srgio Moro que conduz a Operao Lava Jato na primeira instncia da Justia a 19 anos e 4 meses de priso pelos crimes de corrupo, lavagem de dinheiro e associao criminosa no esquema de desvios na Petrobras. As informaes so do jornal O Estado de S. Paulo.
Com Estado
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