Petistas paraibanos criticam poltica econmica, mas reafirmam defesa do governo Dilma Roussef

Imagem da Internet

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Integrantes do Movimento PT, uma das correntes internas do Partido dos Trabalhadores na Paraba, se reuniram neste sbado (18), durante seminrio, em Joo Pessoa, para discutir questes internas do PT e a crise nacional e decidiram publicar uma resoluo manifestando discordncia com alguns pontos do ajuste econmico do governo federal.

O documento destaca que a tendncia no concorda com qualquer medida econmica que venha afligir o bolso da populao, e que o governo teria que encontrar outras formas para os ajustes fiscais. No entanto, reafirma total apoio ao governo Dilma e rechaando qualquer tentativa de golpe.

A principal palestrante do Seminrio, que discutiu os desafios atuais e perspectivas de futuro, foi a vice-presidente nacional do PT, senadora Ftima Bezerra (PT/RN).

O evento contou ainda com participao de vereadores, prefeitos, vices e muitas lideranas petistas de 40 municpios do estado, alm do presidente estadual do PT, Charlinton Machado, e o presidente estadual da CUT, Paulo Marcelo.

O deputado estadual Frei Anastcio, principal referncia da tendncia no estado, disse que ficou satisfeito com a realizao do seminrio. De acordo com o deputado, encontro serviu para um aprofundamento sobre a crise que o pais enfrenta. Depois dos debates, durante toda manh e parte da tarde, desta sbado, samos com mais elementos para defender o governo do PT que enfrenta os ataques da direita conservadora deste pas, que no aceita um governo popular. Estamos prontos para ir s ruas com o povo. Acredito que os movimentos populares, juntamente com o povo, pode mostrar a sociedade a importncia desse governo e quem est por trs desses ataques, disse o deputado.

Leia na ntegra o documento elaborado no seminrio do Movimento PT, que tambm ser enviado direo nacional do PT.

Brasil Desafios atuais, perspectivas de futuro

Ao longo dos ltimos 30 anos, a recente democracia representativa brasileira deu provas de seu amadurecimento, chegando, inclusive, a servir de palco para sucessivas eleies de presidentes da repblica.

Mesmo bombardeada com a incluso de fortes discursos oposicionistas de direita que apregoam, inclusive, a interveno militar para destituir um governo eleito, nossa democracia resiste a solavancos.

Contudo, as denncias de corrupo ativa contra dirigentes do Partido dos Trabalhadores e membros do governo federal, nas situaes relacionadas Operao Lava Jato, tm sido utilizadas pela oposio para difamar, enfraquecer e desestruturar o Governo Dilma.

No campo da economia, as notcias do conta de que a inflao do ms de maro alcanou 1,32%, na projeo do acumulado para este ano, o percentual da inflao deve superar a casa dos 8%; que o valor da cesta bsica subiu em 13 das 18 capitais pesquisas pelo DIEESE; que os saques da poupana tem, sistematicamente, superado os depsitos ao longo de 2015; que a taxa de desemprego, tambm em 2015, tem aumentado, entre outras. Tudo isso tem trazido insegurana para o governo e a sociedade.

A poltica econmica da presidente Dilma est no centro de qualquer anlise de conjuntura que se diga sria. As opes at recentemente tomadas pelo governo federal possuem caractersticas recessivas. Mesmo diante do no anncio oficial, percebe-se que o grau de contingenciamento a que esto submetidas as atuais medidas apontam que 40% do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ser de aumento de tributos e que os 60% restante sero cortes no oramento.

Ao considerarmos o ano de 2014 como difcil, 2015 poder ser pior ainda. Estima-se que os investimentos pblicos sofrero uma queda drstica, com srias conseqncias para os trabalhadores e a deteriorao dos indicadores sociais.

Conseqncias na poltica

No campo poltico, mesmo com a diminuio de participantes, as movimentaes de rua contra o Governo Dilma e o PT impactam negativamente na imagem de ambos. O sentimento anti-petista algo j detectado entre os segmentos que, historicamente, deram apoio ao partido, como por exemplo, os jovens brasileiros (16 a 25 anos).

A questo poltica central. O principal foco a disputa poltica em torno do governo federal, com a direita liderada pelo PSDB almejando sangrar o governo por um lado, e as foras de esquerda e progressistas, buscando defender a institucionalidade e o resultado eleitoral de 2014.

Notadamente, constata-se que a estratgia da direita a de fazer o governo sangrar, impingindo-lhe grandes derrotas eleitorais ao PT nas eleies de 2016, para, aps, avaliar a futura conjuntura. Com isso, acelerar ainda mais o processo de desgaste de Dilma, do PT e, por fim, do companheiro Lula. A inteno derrotar-nos poltico-eleitoralmente.

A derrota para a presidncia da Cmara Federal, considerada enquanto captulo do processo descrito acima, ainda fortemente sentida pelo PT. Eduardo Cunha, enquanto presidente daquela casa Legislativa, tudo far ao seu alcance para isolar a bancada do PT e trazer embaraos e dificuldades ao governo federal.

Na forma e contedo, como se apresenta o quadro poltico-econmico-institucional, podemos dizer que a situao grave, requerendo de todos ns, governo federal, aliados e PT, esforos considerveis para tentar, a mdio e longo prazos, reverter a situao.

O que devemos fazer?

Como forma de deter o rumo pretendido pela direita, faz-se necessrio que as foras progressistas e populares demonstrem resistncia, como por exemplo, ocorreu em 2005. Contudo, o povo deve sentir claramente que o governo federal e as foras polticas e sociais que o apiam esto ao seu lado, ou seja, do lado dos direitos sociais conquistados e da defesa de melhores condies de vida e de trabalho da populao que melhoraram no governo do PT.

A Presidente Dilma foi eleita com os votos dos setores mais modestos da sociedade, principalmente do Nordeste. Sobre esses, as conseqncias do ajuste fiscal patrocinado foi devastador (energia eltrica, combustvel, cesta bsica). A mudana desse rumo, como dito acima, simplesmente imprescindvel.

necessrio combinar propostas concretas com aes polticas de correo de rumo. Pelas caractersticas da poltica econmica emplacada pelo Ministro Levy, e pela agenda com que ingressou ao governo (ajuste em curso), obviamente sua permanncia vista como contraditria com a mudana de rumo que almejamos.

J est em curso uma agenda poltica e econmica que permite delimitar o espectro da mudana de rumo almejada. Em curso temos a votao dos destaques da PL 4330. At o dia 01 de maio dever se configurar um cenrio de maior clareza dos embates, de forma a que nesse dia a CUT e os movimentos sociais aliados possam apresentar uma plataforma alternativa.

importante observar que a agenda de confrontao poltica mais ampla. Abrange diversas dimenses da vida social que so bem sensveis populao. Um exemplo a iniciativa de setores conservadores de aprovar a emenda constitucional que garante a reduo da maioridade penal, entre outros, a exemplo da j citada tentativa de aprovar a PL 4330.

Ao do governo

Consideramos que o governo deve sair da defensiva e partir para ofensiva. Deve possuir a disposio poltica necessria para encampar a mudana de rota, com ou sem o senhor Levy, bem como propor o incio do debate de qualidade sobre as to aguardadas reformas fiscal, tributria e poltica.

A Presidente, no processo de defesa de seu governo e do anterior (Lula), no deve restringir-se aos muros de Braslia. Ela deve construir uma agenda positiva de aproximao ou reaproximao com a populao.

Podemos concluir diante de tudo isso, que os desafios atuais so muitos e que as perspectivas de superao da crise passam pela capacidade do PT, do governo Dilma e de seus aliados reagirem de maneira a demonstrar que o modelo implantado a partir de 2002 (Governo Lula) ainda o melhor para o Brasil, em particular para os setores menos favorecidos da sociedade.

Diante dos debates realizados neste sbado 18 de abril de 2015, o Movimento PT concluiu que manifesta total e irrestrito apoio ao governo Dilma, que est pronto com sua militncia para sair s ruas nessa defesa, e que rechaa qualquer tentativa de golpe contra a democracia construda com suor e sangue que hoje tem um governo eleito de forma legtima atravs da soberania do voto. Entende tambm a necessidade da realizao de mudanas na poltica econmica, nas relaes institucionais com os movimentos sociais, com maior aproximao, e com ateno especial s classes menos favorecidas.

Joo Pessoa, 18 de abril de 2015

Com maispb

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