O sonho do PT em chegar Prefeitura de Joo Pessoa era antigo. O partido chegou a disputar o segundo turno das eleies. Bateu na trave, como se diz na linguagem futebolstica. Insistente, decidiu seguir risca outro adgio popular: “gua mole em pedra dura, tanto bate at que fura”. E conseguiu.
Agora, com a posse de Luciano Cartaxo prevista para janeiro, os petistas passaram a sonhar mais alto e no escondem de ningum o desejo de disputar, com uma candidatura vivel, eleitoralmente, o Governo do Estado em 2014. Nem que o partido esteja dividido, como sempre.
O ambicioso projeto do PT, entretanto, pode esbarrar em suas prprias limitaes. Pelo menos dois aspectos preocupam, desde a base at a cpula petista, em relao uma possvel candidatura prpria ao Governo do Estado.
O primeiro a situao estrutural do partido. Mesmo abocanhando o principal colgio eleitoral, a legenda teve um pfio desempenho na disputa de outubro, deixando de ampliar suas bases pelo interior. O quadro inibe a consistncia eleitoral de uma eventual chapa majoritria. Ou seja, o PT teria em mos uma mquina de motor potente, mas sem carroceria, digamos assim. Estaria, portanto, inapto para a corrida sucessria.
O segundo aspecto a conjuntura nacional. Se a aliana entre PMDB e PT for mantida, no improvvel um novo sacrifcio dos “companheiros” paraibanos em nome da reeleio da presidente Dilma. Presso nesse sentido no vai faltar. Pelo menos do PMDB, que perdeu a Prefeitura de Campina Grande e no tira o olho da de Joo Pessoa, administrada por um petista que teve apoio das principais lideranas peemedebistas no segundo turno.
O PT corre, portanto, o risco de trabalhar por um projeto natimorto. E, como se pode ver, no depende apenas do sucesso administrativo de Luciano Cartaxo para alar novos voos. Mas, nada impede que os petistas continuem sonhando.