Caso o Congresso aprove o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), neste domingo (17), o PT e o governo planejam uma campanha nacional de coleta de assinaturas em apoio a uma Proposta de Emenda Constituio (PEC) para convocar novas eleies, o que informa uma matria do Portal de notcias Uol. Segundo a reportagem, a ideia, que at agora era cogitada apenas em conversas reservadas, passou a ser defendida abertamente por aliados prximos petista.
“Se o impeachment de fato for decretado, (se) passar pelo Senado, ns vamos defender eleies gerais, porque no reconhecemos no vice-presidente (Michel Temer) condies morais e jurdicas para vir a presidir o Brasil. O caminho para isso apresentar uma PEC com amplo apoio popular, recolher milhes de assinaturas”, afirmou o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos principais articuladores da reao anti-impeachment. “Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender tambm. Ns vamos conviver com um golpe? No. Assim como no convivemos com a ditadura.”
Ainda de acordo com a reportagem a tese corroborada por ministros palacianos e ganha adeptos entre aliados de Dilma. Na quarta-feira, em conversa com jornalistas, a presidente admitiu “respeitar” uma proposta alternativa que passe pelo voto popular.
O Uol ainda informou que as poucas divergncias so quanto ao momento em que a campanha deveria ser deflagrada. Alguns petistas defendem que seja logo aps a votao na Cmara, em caso de derrota do governo. Eles apostam que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai “esfriar” a disputa quando o impeachment chegar a suas mos e retardar o processo, o que daria tempo para a coleta de assinaturas.
Aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinio que mostram averso a Temer igual ou maior da presidente por parte da populao e acreditam que no seria impossvel, com ajuda dos movimentos sociais ligados ao partido, coletar milhes de assinaturas em poucas semanas para pressionar o Congresso a aprovar a PEC.
No Palcio do Planalto e entre aliados de Dilma, a ideia tem sido chamada de “contragolpe” contra Temer, alvo da fria de petistas que prometem desestabilizar um eventual governo do vice. “Se o impeachment for admitido aqui, acho muito difcil que o doutor Michel Temer tenha condies de governar, porque obviamente ter se tratado de um golpe. Ele, da nossa parte, no merecer o tratamento de presidente, ele um usurpador, um conspirador, um traidor”, disse Damous.
Na conversa com jornalistas, Dilma acusou Temer de “se associar” ao presidente da Cmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ru na Operao Lava Jato, para derrubar o governo. O ex-presidente Luiz Incio Lula da Silva sugeriu a interlocutores que preferiria ver o Pas nas mos do PSDB, em uma derrota eleitoral do PT, a v-lo entregue ao grupo do vice.
Damous acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos pelo impeachment. “Ele tem conseguido virar votos aqui na Cmara, dizendo que, se se eleger, acaba com a Lava Jato.” Temer foi procurado por meio de sua assessoria para comentar a acusao, mas no respondeu. As informaes so do jornal “O Estado de S. Paulo”.
Com Uol