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A prxima sexta-feira (10) ficar marcada como um dia histrico para a Paraba e o Nordeste. O presidente Michel Temer e o ministro Helder Barbalho, ambos do PMDB, entregam a primeira etapa da Transposio das guas do Rio So Francisco, o chamado eixo leste, que beneficiar paraibanos e pernambucanos. Uma obra imaginada nos tempos do Imprio, discutida e estudada no governo de Fernando Henrique Cardoso, iniciada no governo do Lula, paralisada na gesto de Dilma e, agora, concluda e prestes a ser inaugurada por Temer.
A discusso minscula sobre paternidade nem de longe ofusca a importncia da obra, tanto no aspecto econmico quanto no humano. As guas do Velho Chico, que abastecero reservatrios nos dois Estados, a exemplo do Aude de Epitcio Pessoa, em Boqueiro, serviro para incrementar a produo agrcola, atravs de projetos de irrigao, e tambm para matar a sede dos nordestinos, massacrados por uma seca to histrica quanto a transposio.
Por ironia do destino, a obra s chegou fase conclusiva com a unio da classe poltica e, principalmente, a deciso de governo, contrariando o cenrio que ainda persiste na Paraba, onde adversrios preferem se engalfinhar a comemorar, junto com a populao, a chegada das guas. Tambm por ironia do destino, estados nordestinos que tanto obstacularam a transposio, hoje se gabam do status de doadores.
At mesmo o custo da obra, to alegado pelos que a contestavam, no gera mais nem comentrios. Em entrevista TV Arapuan, na noite de ontem, o ex-senador Marcondes Gadelha (PSC), um dos primeiros a defender o uso das guas do So Francisco para resolver o problema da seca no Nordeste, citou que um canal semelhante construdo no Japo custou cerca de R$ 100 bilhes, enquanto que a nossa transposio consumiu pouco mais de 60% desse valor.
Enfim, com todos os problemas, contestaes e dilemas, as guas esto percorrendo solo pernambucano em direo Paraba. Que a populao saiba us-las de maneira consistente e, acima de tudo, consciente.