O avanço do coronavírus e suas consequências catastróficas para o sistema de saúde e para a própria população acabou alimentando outra mazela que penaliza não somente os paraibanos, mas todos os brasileiros.
Considerada a essência da democracia, a disputa política garante ao cidadão o “livre” direito de escolha de seus representantes. Mas, praticada fora de hora, se constitui, no mínimo, numa falta de respeito à sociedade, para mão dizer coisa pior.
E quando essa disputa é constatada durante um quadro de pandemia, como agora, fica difícil até adjetivar a ação de gestores que buscam proveito político em detrimento de salvar vidas. Uma insanidade sem parâmetros.
As últimas declarações do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), e do governador João Azevedo (Cidadania) escancararam essa disputa insana na Paraíba.
Ao invés de seguir a tendência nacional de restrições para combater o avanço da covid-19, Bruno defende claramente a flexibilização e queationou a inclusão de Campina Grande no rol das cidades em situação crítica.
João, por sua vez, ao invés de se ater às divergências técnicas, explicando porque Campina foi incluída, preferiu fazer outra leitura das críticas do prefeito, acusando-o de querer usar a pandemia para tirar proveito político-eleitoral.
Bruno empunha a bandeira do ex-prefeito Romero Rodrigues, do seu partido, pré-camdidato declarado ao Governo do Estado em 2022. João já avisou que vai concorrer à reeleição. Os dois são, portanto, adversários políticos
Alguém, em sã consciência, tem duvida dessa disputa política antecipada em plena pandemia?
Como diria o colega Paulo Santos: perguntar, não ofende.