A Associação Paraibana de Imprensa (API-PB) é uma das signatárias do ‘Manifesto em defesa das Instituições Federais de Ensino na Paraíba, contra os bloqueios e cortes orçamentários’, que será lançado nesta quarta-feira (7), na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB), no Campus I da UFPB, às 10h.
Além da API-PB, até o momento o manifesto conta com apoio de mais 9 entidades sindicais, 34 diretores e vice-diretores da UFPB, 6 partidos políticos, 2 senadores, 30 deputados estaduais e federais, e 3 vereadores, sendo 2 de João Pessoa e 1 de Campina Grande.
O documento protesta contra os bloqueios e cortes orçamentários que as Instituições Federais de Ensino sofrem ao longo de 2022, sendo o último corte feito pelo Governo Federal no dia 28 de novembro. Os cortes, que têm crescido gradativamente desde 2016, defasam a estrutura e funcionamento das universidades. Ao todo, foram mais de R$ 200 milhões de perdas nestes anos.
Leia o documento na íntegra:
MANIFESTO EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO NA PARAÍBA, CONTRA OS BLOQUEIOS E CORTES ORÇAMENTÁRIO
A sociedade brasileira e, particularmente, as Comunidades Acadêmicas das Instituições Federais de Ensino de todo o país receberam com profunda preocupação e indignação a notícia de mais um bloqueio orçamentário. A rigor, a denominação técnica de bloqueio pretende esconder o óbvio: trata-se de um novo corte orçamentário. Cabe ressaltar que o próprio governo federal estabeleceu, através de Decreto n. 10.961 de 11 de fevereiro de 2022, o dia 9 de dezembro como data limite para empenho de despesas. Portanto, o “bloqueio” efetivamente se transforma em corte orçamentário, na medida em que o prazo para execução orçamentária está se encerrando num espaço de tempo muito curto.
Importa destacar que as Instituições Federais de Ensino – IFES, ao longo do governo Bolsonaro, vêm sofrendo restrições orçamentárias significativas. Ao compararmos o orçamento de 2015 (R$ 12 bilhões) com o de 2022 (R$ 5,4 bilhões), a conclusão é simples: uma perda de 54,66%.
Analisando o orçamento discricionário apenas da UFPB e UFCG, chegamos a um resultado igualmente assustador. Em 2015, as duas instituições recebiam, juntas, R$ 465 milhões. Em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, o orçamento discricionário delas foi reduzido para R$ 296 milhões; em 2020, para R$ 266 milhões; em 2021, R$ 203 milhões, e, em 2022, a previsão, antes dos cortes, era de R$ 216 milhões, o que confirma a trágica tendência de cortes.
A comparação entre os orçamentos de 2015 e 2022 revela uma perda de 53,51%, valores corrigidos pelo IPCA. Concretamente, estamos falando de mais de R$ 200 milhões, ano após ano, que deixaram de ser investidos na Paraíba, impactando não apenas as condições de funcionamento das IFES paraibanas, mas também a economia do estado.
Causa-nos espanto que, no momento de fechamento da execução orçamentária, as IFES mais uma vez sejam submetidas a um contingenciamento que ameaça o funcionamento dessas instituições. Somamo-nos à denúncia feita pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes, na qual a entidade enfatiza que, “[….]Após o bloqueio orçamentário de R$ 438 milhões ocorrido na metade do ano, essa nova retirada de recursos, no valor de R$ 344 milhões, praticamente inviabiliza as finanças de todas as instituições”. As IFES paraibanas (UFPB, UFCG e IFPB) irão amargar juntas, somente com esta medida publicada no dia 28 de novembro, uma perda orçamentária de mais de R$ 22 milhões, sendo R$ 16 milhões da UFPB, R$ 1,9 milhões da UFCG e R$ 4,4 milhões do IFPB.
Na Paraíba, as Instituições Federais de Ensino, notadamente UFPB, UFCG e IFPB, ocupam lugar de destaque, contribuindo para o desenvolvimento econômico, social, político e cultural do estado. Portanto, denunciar essa política destrutiva, expressa nos cortes e contingenciamentos orçamentários, adquire grande relevância e deve ser uma atitude assumida por toda a sociedade paraibana. Para além da denúncia, torna-se premente a articulação de amplos setores da sociedade para reverter mais esse processo, que já causa prejuízos às Comunidades Acadêmicas e, consequentemente, a toda a Paraíba.
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