AVC mata uma pessoa a cada quatro horas e meia na Paraíba

Atendimento tem que ser urgente

Uma das principais causas de mortalidade entre os brasileiros, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) mata, em média, uma pessoa a cada cinco minutos. Só em 2017, a doença vitimou mais de 100 mil pessoas, de acordo com informações preliminares do Ministério da Saúde. Na Paraíba, a média foi de uma vítima a cada quatro horas e meia. No Estado, 2036 pessoas foram à óbito vítimas da doença. O diagnóstico precoce, por meio de exames de imagem, aumenta as chances de recuperação completa.

Acidente vascular cerebral é uma doença que afeta o fornecimento de oxigênio para o cérebro e pode ocorrer em casos de coágulos ou hemorragia. Nesses casos, a falta de oxigênio causa a morte de células cerebrais. Segundo um estudo da Universidade de Melbourne, na Austrália, para cada 15 minutos de atraso no atendimento, o paciente perde, em média, um mês de vida saudável.

A rapidez no diagnóstico é determinante para o sucesso do tratamento, como alerta a médica radiologista Claudia Camisão. “O AVC é uma emergência médica em que cada minuto conta para garantir a sobrevivência e uma vida com menos sequelas aos pacientes. Equipar as unidades de saúde com equipamentos adequados é de extrema importância, como é o caso das tomografias computadorizadas, que atualmente é a ferramenta diagnóstica mais largamente empregada nos casos suspeitos de AVC”, explica Claudia, que é sócia da DIMPI, responsável pela instalação e administração dos Centros de Imagem em três dos maiores hospitais do estado: Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires e Hospital Regional de Patos Deputado Janduhy Carneiro.

O combate ao alto índice de mortalidade por AVC é uma das preocupações do Governo Federal que, em agosto do ano passado, assinou a Carta de Gramado, um documento conjunto entre 12 países da América Latina. Atualmente, o Brasil é referência no tratamento da doença, e dispõe de uma Linha de Cuidados em AVC estabelecida como política pública de saúde.

Entre as medidas de prevenção, estão o desenvolvimento e implantação de uma política de conscientização da população quanto aos sintomas e estímulo a uma vida mais saudável, com a realização de atividade física e alimentação saudável.

Reconheça um AVC – A médica Claudia Camisão reforça a importância de reconhecer os sintomas e permitir que o atendimento seja realizado dentro da janela de até quatro horas e meia. Alguns sinais que o corpo dá ajudam a reconhecer o AVC. A sigla conhecida como SAMU (mesmo sigla do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) é um método útil para ajudar a identificar.

“São uma série de palavras fáceis de gravar. Sorriso; abraço; mensagem; urgência. Peça para a pessoa sorrir. Se o sorriso ou boca estiverem tortos, fique alerta. Peça um abraço. Dificuldade em levantar os braços ou a queda brusca de um deles devem despertar atenção. Outra dica simples é pedir para a pessoa repetir uma mensagem. Dificuldade de compreensão ou de repetição podem indicar um AVC. E havendo qualquer um desses sinais, chame imediatamente o SAMU”, orienta.

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