Damião e Lígia Feliciano já foram muito influentes na política paraibana, principalmente no governo de Ricardo Coutinho e no início do atual, de João Azevedo. Lígia como vice-governadora e o marido como deputado federal e presidente estadual do PDT.
Tudo corria muito bem até que botaram na cabeça de Lígia que ela deveria ser governadora. A mulher chegou a disputar a indicação, dentro do grupo governista, para concorrer ao cargo com apoio de Ricardo, mas perdeu a parada para João Azevedo, o homem em quem Ricardo mais confiava.
Lígia aceitou o resultado, mas, apesar de renovar a condição de vice, não desistiu da ideia de deixar chegar ao Palácio da Redenção como a número um.
Quatro anos após a eleição de 2018, Lígia tomou coragem e foi ao governador comunicar que disputaria o Governo do Estado. A conversa terminou em rompimento porque Lígia enfrentaria novamente Azevedo, desta vez nas urnas, já que o governador era “candidato nato”.à reeleição.
O resultado foi trágico para a família Feliciano. De cara, perdeu todos os cargos que tinha na gestão estadual e Lígia ainda sofreu rigoroso processo de isolamento.
A vice conseguiu ainda apoio da cúpula nacional do PDT para se lançar candidata à sucessão estadual, com direito â pose e tudo mais. Tudo parecia mudar de rumo até que alguém lembrou da situação de Damião Feliciano.
Sem condições de se reeleger no esvaziado PDT, Damião anda até agora “peregrinando e se humilhando” em busca de legenda que lhe garanta perspectivas de renovação do.mandato Como se diz popularmente, “para não perder de tudo”.
A situação de Lígia é ainda pior porque não pode mais ser vice e depende do “humor” dos dirigentes nacionais do PDT que, diante das dificuldades de sucesso na Paraíba, podem a qualquer momento transformar uma candidatura própria em aliança, também para não perder de tudo.
O caso é mais uma prova de que a política, principalmente na Paraíba, é muito dinâmica. O antes casal “todo-poderoso” agora nada mais é do que dois políticos fazendo de tudo para salvar a pele.