O presidente da Assembleia Legislativa, Gervasio Maia (PSB), mostrou nesta terça-feira (27) porque é hoje um dos aliados mais próximos do atual governador, Ricardo Coutinho, e do governador eleito, João Azevedo, ambos do PSB. Se fosse integrar a próxima legislatura, Maia seria forte candidato à reeleição. Mesmo sob o risco de desgaste político, Gervasinho anulou a sessão extraordinária onde os deputados aprovaram PEC de Ricardo Barbosa (PSB), acabando com a reeleição e com a antecipação da eleição da Mesa Diretora da Casa.
A decisão teve amparo em parecer da Procuradoria Jurídica. Mesmo assim, não se pode ignorar a coragem do socialista de enfrentar uma decisão tomada por 24 colegas. Mas, Gervasio prometeu não se afastar das regras regimentais e cumpriu. Segundo o parecer da Procuradoria, vários dispositivos do regimento Interno foram atropelados durante o processo de tramitação da PEC. Daí, a proposta ser passível de anulação. Como foi.
A anulação da PEC aprovada acaba com o clima de tensão que pairava sobre a bancada governista, com repercussão na Granja Santana, e torna quase certa a eleição “casada” da Mesa para os dois biênios. O deputado Adriano Galdino (PSB) continua franco favorito para presidir nos primeiros dois anos. O problema continua sendo a chapa para o outro mandato.
Somente do PSB, três deputados disputam a indicação para encabeçar a chapa: Hervázio Bezerra, Buba Germano e Jeová Campos. Correndo por fora, mas, de forma articulada, Tião Gomes tenta convencer governo e socialistas de que os aliados também merecem dirigir a Casa e não apenas os parlamentares do PSB. Filiado ao Avante, que tem a segunda maior bancada, Gomes cita ainda sua condição de mais antigo em exercício, indo para o sétimo mandato a partir de 2019.
Se antes as regras estavam indefinidas, por causa do impasse da PEC, agora estão claras. Indefinido e imprevisível, mesmo, só o resultado da eleição do segundo biênio.