Complicações cardíacas matam “cidadão” Solon de Lucena, irmão do ex-senador Cícero Lucena

Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?

Os versos acima são parte da música “Cidadão”, do cantor e compositor Zé Geraldo. Sempre que escuta essa música, o ex-senador Cícero Lucena lembra de quando e como deixou a pequena Jatobá de Piranhas, hoje São José de Piranhas, para tentar a vida em João Pessoa, capital do Estado.

Cícero teve em seu difícil trajeto a mão “dura, mas amiga” do irmão mais velho, Solon de Lucena. Foi ele quem direcionou os  caminhos dos irmãos Paulo, Pedro e do próprio “Caboclinho”, que trilhou a rota a passos largos, alcançando o sucesso, primeiro no campo empresarial e depois no político.

A “carreira solo” dos irmãos, principalmente a do ex-senador, só foi impulsionada graças ao comando do “velho” Solon, homem sereno, tímido e de decisões sensatas.

Solon se foi na madrugada desta terça-feira (31), vítima de complicações cardíacas quando se tratava de um infarto, num hospital de Teresina, no Piauí.

À Cícero e toda família, nossa solidariedade e a certeza de que permanecerão as boas lembranças desse grande cidadão.

CIDADÃO (ZÉ GERALDO)

Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar
Esta dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar

Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

 

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