A pergunta acima veio à tona após os recentes burburinhos provocados por conversas entre o senador Veneziano Vital do Rego (MDB) e o ex, Cássio Cunha Lima (PSDB). Os dois negam, mas o tema não poderia ser outro se não eleições de 2022, versão confirmada pelo deputado Raniery Paulino (MDB).
Muito embora, o teor exato das conversas continue restrito a Vené e Cássio, talvez como estratégia para evitar distorções e até projeções precipitadas para a disputa do ano que vem.
Cássio já passou por isso e sabe que a melhor forma de vencer uma batalha, inclusive eleitoral, é dividindo os adversários. Nesse caso, escolheu começar o debate sobre 2022 com seu principal opositor em Campina Grande, segundo maior colégio eleitoral do estado dominado pelo grupo que comanda.
Além de reduzir a base aliada do governador, a saída do Cabeludo levaria o MDB, ainda o maior partido da Paraíba, para a oposição, junto com o volumoso “fundo eleitoral” para bancar a campanha.
A operação consolidaria e daria também “maior substância” à candidatura de Cássio ao Senado Federal. Nessas condições, Romero Rodrigues (PSD) sairia para deputado federal e Pedro Cunha Lima (PDSB), filho de Cássio, para deputado estadual.
De quebra, sobraria a vaga de vice-governador na chapa para negociar com outros partidos. E mesmo perdendo a eleição, Veneziano ainda rei a quatro anos de mandato como senador pela frente.
Até o “inesquecível” ex-senador Ney Suassuna, um reforço financeiro de campanha, seria beneficiado, mas somente com uma eventual eleição de Vené ao Governo do Estado. Como primeiro suplente, Ney assumiria a vaga no Senado e pavimentaria sua volta ao MDB.
OUTRA OPÇÃO: Ficando onde está, o máximo que Veneziano terá é a esposa na vaga de vice, situação que acomodaria também as pretensões do MDB.
As consequências viriam somente em 2026, quando João Azevedo possivelmente renunciaria ao restante do segundo mandato de governador para disputar o Senado. Isso, em caso de vitória em 2022.
Assumindo o Governo do Estado, a vice Ana Cláudia deixaria o marido Veneziano sem condições jurídicas para concorrer ao cargo de governador.
Como nunca escondeu de ninguém o sonho de morar na Granja Santana, Vené talvez não tenha muito estímulo de apoiar essa segunda operação. Mesmo porque, as vagas de senador e vice já estariam prometidas ao PP e ao DEM, não necessariamente nessa ordem.
Como se pode ver, nenhuma hipótese pode ser descartada, pelo menos por enquanto. E como na política da Paraíba “só não se viu boi voar”, não seria exagero imaginar Cássio e Vaneziano no mesmo palanque e até na mesma chapa em 2022.
O tempo dirá.