A Energisa tanto fez que achou. Alis, tanto deixou de fazer que achou o que tanto procurava. Deputados estaduais e vereadores de Joo Pessoa, ao que tudo indica, concluram que a situao chegou a um nvel insuportvel. No s para eles, mas principalmente para a populao em geral que no aguenta mais conviver com apages, cobranas indevidas e, agora, essa histria de “gato plantado” pela prpria empresa, denncia de um funcionrio, para prejudicar o consumidor.
Se estivssemos num pas srio, talvez essas denncias j fossem suficientes para colocar na cadeia meio mundo de gente. Mas, como estamos no Brasil, temos que ir com calma. Com calma, mas tambm com determinao e sem medo. Tanto na Assembleia Legislativa quanto na Cmara Municipal, no se fala em outra coisa a no ser na criao de CPIs para investigar a qualidade dos servios prestados pela Energisa e sua relao com os consumidores que, a cada dia, parece mais promscua e nociva sociedade.
O torpedo mais recente contra a empresa veio do vereador Marcus Vinicius (PSDB), que sugeriu a cobrana de taxa, pela Prefeitura de Joo Pessoa, pelo uso do solo e do espao areo da Capital. Do solo, pelos postes colocados nas ruas. Do espao areo, devido a fiao que compe a rede distribuidora de energia. Sugesto do vereador e obrigao do Poder Pblico. A cobrana prevista na lei 8.653/98, de autoria do ex-vereador Hervzio Bezerra (PSDB), hoje deputado estadual e lder do governo na Assembleia Legislativa.
Segundo Marcus Vinicius, a Prefeitura de Joo Pessoa pode e deve exigir o cumprimento da lei de imediato com base em entendimento do Supremo Tribunal Federal que, ao julgar recurso extraordinrio do municipio de Ji-Paran, registrou ressalva do ministro Ricardo Lewandowski, mesmo tendo considerado inconstitucional cobrana semelhante.“Se o municpio instituir taxa com base em uma lei especfica e, efetivamente, prestar contrapartida com a fiscalizao do espao pblico, essa norma pode ser considerada constitucional. Desta forma, basta a prefeitura garantir a fiscalizao do uso deste espao para possibilitar a cobrana”, disse o ministro, para em seguida arrematar: “ o mnimo que estas empresas podem fazer para devolver ao Poder Pblico e populao pelo direito que possuem de explorar um servio to lucrativo”.
A cobrana da taxa, se for efetivada pela PMJP, apenas mais um lance do cerco que vem se formando contra a Energisa, uma empresa que chegou prometendo “mundos e fundos” e agora se v atolada em promessas no cumpridas e denncias. A mais comum se refere falhas na prestao de servio, o principal produto de qualquer prestadora sria. Lamentvel, mas verdade.
Ainda h tempo para reverter o quadro.