O “Bloco” enfrenta problemas para definir candidato ao Governo do Estado em 2014, mas parece j ter alternativa para o Senado Federal. O jornal Estado de So Paulo divulgou que Aguinaldo Ribeiro deve deixar o Ministrio das Cidades nos prximos dias para tentar ocupar a nica vaga da Paraba no Senado nas eleies do ano que vem. Aguinaldinho atualmente deputado federal e est licenciado. Se confirmar a candidatura ao Senado, o pepista deve indicar a irm, Daniella Ribeiro, para disputar vaga na Cmara Federal.
Abaixo, a informao divulgada pelo “Estado”:
Dono da quarta maior bancada de deputados e de mais de trs minutos e meio de tempo de propaganda na TV por dia, o PP dever apoiar a reeleio da presidente Dilma Rousseff, ao contrrio do que ocorreu na eleio passada, quando optou por no fazer aliana com nenhum candidato. Se firmarem a aliana, ser um golpe para o presidente do PSDB, Acio Neves, provvel candidato Presidncia, que trabalha nos bastidores para manter o PP neutro.
Pesou na deciso – ainda no fechada, mas bem encaminhada – a presso feita pelo PT e pelo governo sobre o partido, detentor do Ministrio das Cidades. Pelo pr-acordo costurado, o PP manter a pasta, mesmo depois da sada do ministro Aguinaldo Ribeiro, que dever disputar o Senado pela Paraba.
A coligao com a presidente Dilma, no entanto, no conseguir amarrar o partido ao PT nos Estados. Como no h possibilidade de aliana com os petistas no Acre, Amazonas, Gois, Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os diretrios sero liberados para fazer alianas com o PSDB, com o DEM, PPS, entre outros. S em So Paulo que a deciso ter de ser referendada pela direo nacional, numa combinao feita com o deputado Paulo Maluf.
“Hoje, a maioria dos diretrios pela reeleio da presidente Dilma Rousseff”, disse ao Estado o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Nas contas dele, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul so contrrios coligao e votaro para que o partido repita o que foi feito em 2010, quando no deu apoio a ningum. Para evitar rachas internos, ficou decidido ento que nos Estados o PP no ser obrigado a repetir a aliana nacional. “No h mais verticalizao. Cada um pode fazer a coligao que quiser”, disse Nogueira.
O acordo para que o PP apoie a reeleio de Dilma Rousseff vem sendo costurado desde agosto. Ciro Nogueira teve reunies com o presidente do PT, Rui Falco, o ministro Aloizio Mercadante (Educao), provvel coordenador da campanha de Dilma, o ministro Alexandre Padilha (Sade), a ministra Ideli Salvatti (Relaes Institucionais) e a presidente Dilma. Nas negociaes, o PP acertou ainda a indicao do candidato a vice-governador na chapa de Wellington Dias (PI) para o governo do Piau, o que resolveu a situao de Ciro Nogueira no Estado.
Desde que a aliana comeou a ser feita, Ciro Nogueira tem se aproximado cada vez mais do Palcio do Planalto. Para comear, ajudou a retirar da liderana do partido na Cmara o deputado Arthur Lira (AL), muito prximo do lder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), nome que o governo detesta. No lugar de Lira foi eleito o deputado Eduardo da Fonte (PE).
Agora, com a autorizao do presidente do partido, o PP negocia um bloco governista com o PROS, que tem 17 deputados. Juntos, os dois partidos podero ficar com 58 deputados, o que garante muita fora para o grupo, alm de aumentar o capital poltico na hora de negociar apoio a Dilma.
Obstculos. Se na aliana federal as negociaes esto bem encaminhadas, em alguns Estados o PP tem problemas incontornveis com o PT. No Acre, por exemplo, o governador Tio Viana (PT) se recusou a apoiar a candidatura do deputado Gladson Cameli (PP) para o Senado. O PP, que indicou Csar Messias para vice de Viana na eleio de 2010, decidiu ento romper a aliana.
No Amazonas, a deputada Rebecca Garcia, do partido, que vai disputar o governo, foi abandonada pelo PT, que preferiu fazer aliana com o senador Eduardo Braga, do PMDB, atual lder do governo no Senado. Em Gois, o vice-governador Jos Eliton, do PP, apoia o tucano Marconi Perillo contra o PT. Em Minas Gerais, o vice Alberto Pinto Coelho ficar ao lado do provvel candidato Presidncia Acio Neves, do PSDB. No Rio de Janeiro, o senador Francisco Dornelles, ex-presidente do PP, apoia o candidato tucano, seu sobrinho.
E, no Rio Grande do Sul, a senadora Ana Amlia ser candidata ao Palcio Piratini contra o governador Tarso Genro (PT). Se a eleio fosse realizada agora, Ana Amlia poderia ser eleita em primeiro turno, situao que admitida at mesmo pelos petistas.
O PP ter candidatos fortes ao governo tambm em Mato Grosso, onde filiou, na ltima hora, o empresrio Era Maggi Scheffer, primo do senador Blairo Maggi (PR), hoje o maior plantador de soja do Pas, e em Tocantins, com a entrada na poltica do empresrio Roberto Pires. Neste Estado, o PP deve fechar uma chapa com o PMDB, dando apoio reeleio da senadora Ktia Abreu, que deixou o PSD e se filiou ao partido.